Wolvennest regressam com Procession, álbum duplo a editar em Outubro

Após uma década de existência, quatro álbuns de estúdio e uma série de lançamentos paralelos — incluindo EPs, um registo ao vivo e um álbum colaborativo sob o nome The Nest, com membros de Ruins of Beverast, Primordial, Dool e Saturnalia Temple — os belgas Wolvennest regressam com o seu trabalho mais ambicioso até à data. O novo disco, intitulado Procession, será lançado no próximo 17 de outubro pela editora Consouling Sounds, nos formatos CD digipack, vinil (incluindo edição limitada) e digital. A edição será acompanhada por uma nova digressão europeia, onde partilharão o palco com os Dolch e Double Darkness.

Descritos como um verdadeiro culto sonoro, os Wolvennest construíram uma reputação sólida na cena europeia com atuações arrebatadoras em festivais como Hellfest e Roadburn, além de várias tours intensas e cerimónias em clubes que se aproximam mais de rituais do que de concertos tradicionais. Com uma formação de seis elementos, três guitarras em muralha sonora, o lamento espectral de um theremin, projeções visuais e presença de palco ritualista, cada apresentação da banda é uma oferenda ao sagrado e ao profano — um culto à Morte.

“O nosso processo é livre de pressões e interferências externas. Gravamos quando queremos, no nosso próprio santuário, onde os excluídos e obsessivos ainda sabem escutar com profundidade, como numa má viagem a desintegrar-se”, afirma Corvus, guitarrista e responsável pelos sintetizadores. O novo álbum foi novamente misturado e masterizado por Déhà nos Blackout Studios, em Bruxelas, e aproxima-se dos 80 minutos de duração atmosférica e imersiva. “Os discos anteriores tinham uma estrutura mais definida, como um lado A e lado B. Procession é diferente: é tudo ou nada. Começa com calor e termina em morte e desespero”, acrescenta Corvus.

Fiel à tradição da banda, Procession conta com mais uma colaboração vocal especial. “Vimos os Adaestuo ao vivo em Bruxelas, em 2019 — uma das experiências mais intensas e arrepiantes de black metal a que assistimos. Percebemos imediatamente que Hekte Zaren seria a voz perfeita para a faixa Tarantism. Ela é uma chave para o Outro Lado, uma raridade nos tempos que correm”, revela o guitarrista Michel Kirby. A vocalista junta-se assim a uma lista de colaborações notáveis nos discos anteriores da banda, como Dagur dos Misþyrming, Der Blutharsch, King Dude e Alex dos Ruins of Beverast.

A sonoridade de Wolvennest desafia classificações. Doom, rock oculto, psicadelismo, ambient e até ecos cinematográficos coexistem no universo sonoro da banda. “Isso nunca foi um obstáculo, mas sim uma dádiva”, diz Shazzula, vocalista e sacerdotisa do theremin. “Permite-nos tocar tanto em festivais de doom e stoner como em cerimónias de black metal.”

Liricamente, o novo álbum transmite uma mensagem crua e direta. “Despe a palavra procissão da sua carga religiosa”, afirma o guitarrista principal Marc De Backer. “O mundo teve a sua oportunidade e falhou. Esta procissão é a banda sonora da nossa extinção, simples e direta.”

Procession marca também a estreia em estúdio do novo baixista VaathV. “Conheço a banda desde o início, acompanhei a sua evolução e sempre estive pronto. Descobri as canções à medida que as gravava. Foi um desafio, claro, mas é isso que define os Wolvennest. O momento é que importa — tanto ao vivo como no estúdio. Não somos uma jam band, mas o espírito dos anos 70, quando a ousadia era celebrada, continua a viver em nós.”

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