Vodafone Mexefest 2012 (dia I)

Samuel Úria > Quais > Madrid > Alt+J > Little Boots

Teve lugar nos dias 7 e 8 deste mês a edição 2012 do Vodafone Mexefest, o festival de inverno que nos últimos anos tem vindo a animar a capital portuguesa. O sempre presente receio da chuva não teve concretização efetiva pois os santos foram simpáticos para com os festivaleiros e fizeram com que dos céus não caísse uma gota de água…
Avenida abaixo, avenida acima foram muitos os que se fizeram à estrada para atempadamente terem ocasião de assistir aos excelentes concertos que iam acontecendo nas diversas salas. Nós estávamos entre eles…munidos de um cartuxo de castanhas assadas simpaticamente oferecidas pela Vodafone e que iam aquecendo os festivaleiros durante a sua peregrinação, iniciámos as hostilidades musicais com o concerto de Samuel Úria no Teatro Tivoli. Mestre aos comandos da nossa língua materna, Samuel Úria não deixou os créditos por mãos alheias e encantou o público que enchia a sala com músicas como “Teimoso”, vestígios de rock, “Lenço Enxuto” resquício de tranquilidade, “Forasteiro, primeiro single do próximo trabalho chamado “Grande Medo do Pequeno Mundo”. A estas seguiram-se “Eu Seguro”, cantado a duo com Márcia, também do próximo álbum, não faltando ao alinhamento “Não Arrastes o Meu Caixão” e, no encore, “Barbarella e Barba Rala”.

Atravessada a avenida era hora de espreitar Os Quais. Em palco Jacinto Lucas Pires e Tomás Cunha Ferreira davam música aos poucos que se encontram na Sala Montepio do Cinema São Jorge. Depois de dedicar uma canção a Angela Merkel, do trabalho “Pop é o Contrário de Pop”, lançado em junho deste ano, Jacinto Lucas Pires enviou um abraço ao Samuel Úria e agradeceu aos corajosos que ficaram ali para os ver.

Antes de regressarmos ao Tivoli para vermos os cabeça de cartaz da primeira noite, tempo ainda para subir a rua e entrar no Cabaret Maxime a tempo de assistir a um pouca da atuação dos Madrid. Oriundo de São Paulo, o duo é composto por Adriano Cintra, ex Cansei de Ser Sexy, e Marina Vello, da banda Bonde do Rolê. Extremamente simpáticos, apresentaram-se descontraídos, interagindo com quem ali se tinha deslocado para os ver atuar. Como não tivemos muito tempo antes do próximo concerto, saímos ao som de “Till Things Fall Apart”.

Da primeira vez que cá estiveram não causaram grande alarido, facto largamente compensado na segunda visita da banda ao nosso país. Chamam-se Alt-J e já tinham feito parte do alinhamento do Festival Milhões de Festa, em Barcelos. Este ano regressaram com um Mercury Prize debaixo do braço e arrasaram a primeira noite do Vodafone Mexefest, com enormes filas à porta do Teatro Tivoli. Muitos foram os que desejando vê-los o não puderam fazer pois a lotação da sala rapidamente ficou esgotada (mas soube-se depois do festival terminar que o fenómeno musical d e2012 regressa ao nosso país desta feita no âmbito de um dos festivais de verão que acontecem na capital). Tendo visitado praticamente toda as faixas do disco An Awesome Wave, os pontos mais aguerridos da atuação dos Alt-J foram claramente as interpretações de “Tessellate“, “Breezeblocks”, “Please don’t go…” e “Taro”. Pelo meio alguns temas novos que vamos de certeza ouvir bastante durante 2013.

Com uma atuação coerente, os Alt-J tiveram uma atuação coerente e souberam prender a atenção do público, o que a bem da verdade também não era difícil, pois desde que foram anunciados como cabeça de cartaz da festival surgiu uma predisposição automática por parte do público para os receber. Olhando em redor, para uma sala completamente cheia e sabendo que eram muitos os que aguardaram lá fora uma hipótese para entrar, confesso que fiquei curiosa para saber como estariam as restantes salas onde decorria o festival…

Daríamos a noite por terminada no São Jorge onde atuava a inglesa Victoria Christina Hesketh, conhecida por Little Boots, com a sua melódica eletrónica claramente apelando à dança.

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

Reportagem fotográfica com o apoio Canon Portugal www.canon.pt/

You May Also Like

Porto Prog Night: a viagem sensorial ao mundo do Rock Progressivo acontece já este sábado

“I’m not going to make just another black or death metal band, there are already plenty of those”, BOUM PATAT about “Ma Belgitude”

“Desolation Throne is about the internal struggle with power and the consequences of losing control”, Trey Xavier from IN VIRTUE

“Pink Flamingo é sobre aceitar a dor e seguir em frente, mesmo com as marcas deixadas”, Barry White Gone Wrong

error: Conteúdo protegido. Partilhe e divulgue o link com o crédito @lookmag.pt