Vagos Metal Fest 2022 Dia III. Entre a excelência dos Emperor e a alegria dos Serrabulho
E chegamos ao último dia. O cansaço até já se podia sentir, mas nada fazia abrandar a alegria dos festivaleiros. A festa estava preparada, mas quem não estava preparado para o que se iria passar eramos nós, que terminámos na noite (e o festival) em cima do palco com os incríveis Serrabulho. Mas antes muita música se ouviu nos dois palcos do Vagos Metal Fest 2022.
Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro
O dia começou com os portugueses Fonte a darem tudo no palco Amazing. Sob um calor abrasador conseguiram agarrar o público que aquela hora ia chegando ao recinto. De cima do palco, os Fonte destilaram adrenalina e energia fazendo com que cá em baixo muitos arriscassem no primeiro mosh do ultimo do dia do festival. Aposta ganha? Claramente, eles mereceram e bem abrir este dia do Vagos Metal fest 2022.
Fonte
Oriundos de Ibiza os Apotropaico foram os senhores que se seguiram, ainda no palco Amazing. O som para nós meio indefinido não nos deixou grandes memórias.
Apotropaico
Entre o heavy e o metal progressivo, os italianos ArseA. Vindos diretamente da cidade de Lazio, deram o máximo mas não foi fácil por dois motivos: o enorme palco onde eles pareciam não estar muito à vontade e o terrível calor que se fazia sentir durante todo o concerto.
ArseA
Diferente foi o concerto dos portugueses Sotz. Cheios de carisma, a banda consegue sempre dar um excelente concerto. Imparáveis, agarram o público com a sua enorme energia e entrega.
Sotz
Igualmente italianos os Wind Rose vieram com tudo ao Vagos Metal Fest. E quando falamos tudo, é tudo mesmo: se não acreditam vejam as fotos e tentem perceber como aguentaram eles o calor que se fazia sentir, pois para nós ainda hoje é um mistério. Uma visual muitos Senhor dos Anéis ou Guerra dos Tronos estiveram muito bem.
Wind Rose
Crypta são uma banda brasileira de death metal formada na cidade em São Paulo, em 2019. Com ex-integrantes da banda de thrash metal Nervosa, deram, para nós, um dos melhores concertos desta edição. Não podia ter corrido melhor a sua estreia por terras lusitanas.
Crypta
Instigadores do estilo de Doom Metal, em Portugal, os Desire foram anunciados em substituição dos britânicos My Dying Bride, tarefa nada mas nada fácil. De cima do palco Vagos transbordaram melancolia.. a qual talvez nos tivesse agarrado mais se a noite já tivesse chegado ou se não estivéssemos com tanta adrenalina nas veias devido ao ambiente festivo que se vivia na Quinta do Ega. Em palco esteve uma formação daquela a que os fãs estão habituados: André Cadente, dos Corpus Christii, na bateria, António Durães, dos Glasya e Dogma, no baixo, e, claro, Nuno “Corvus” Miguel nos vocais.
Desire
Chegaram do Canadá 11 anos e cinco álbuns depois para uma segunda visita ao nosso país. Falamos dos Kataklysm que tinham à sua espera bastante fãs que no final não se mostraram muito entusiasmados com o que viram. Nas suas palavras, «esperávamos mais».
Kataklysm
Conhecido como uma das bandas de black metal norueguesas mais influentes durante o início e meados da década de 1990, os Emperor atuaram pela primeira vez em Portugal. na vida da banda nem tudo são rosas (ironia) sendo que Samoth esteve preso 16 meses por participar na queimas de igrejas com Varg Vikernes (Burzum), juntamente com outros membros da cena black metal norueguesa. Já o baterista Faust foi preso por ter incendiado uma igreja e pelo assassinato de uma pessoa em 1992, tendo sido preso em 1994.
2001 marcou o fim da banda, não sem antes terem adquirido o estatuto de lendas, feito tours pelo mundo inteiro e lançado discos que pontuam ainda hoje como obras-primas para os adeptos do género. Reunidos em 2016 foi agora a vez de visitarem Portugal para gaudio dos muitos seguidores que não retiraram os olhos de Ihsahn e Samoth. O resultado foi um concerto catártico e hipnótico que nos deixou a nós convertidos à lenda.
EMPEROR
Dirty Rotten Imbeciles chegaram para partir tudo no palco Amazing. Partir é forma de expressão, pois não há público mais tranquilo e educado do que este (sois incríveis, cavalheiros). Formados na cidade norte-americana de Houston, no estado do Texas, no ano de 1982, são uma lenda junto dos seus seguidores. Em cima do palco e perante um público efusivo, mostraram e bem porque são considerados os pais do crossover thrash.
D.R.I.
Não há festa como esta. Os Serrabulho terminaram em grande a noite e esta edição do festival. a contagiante alegria com que a banda de grind recebe o público é única e só se percebe se for vivida na primeira pessoa e in loco. A nós coube o enorme privilégio de estar com ele em palco durante toda a atuação pelo que nos sentimos um pouco parte da banda. Cá em baixo a loucura era total, com o público a levar um enorme banho de espuma! Eram 04h00 da manhã quando abandonámos o recinto e connosco trazíamos a sensação de ter vivido três dias inesquecíveis. Parabéns à organização da Amazing Events e um enorme obrigada aos seguranças que se revelaram uma parte essencial do festival. Até para o ano Vagos Metal Fest!
Serrabulho