À conversa com Rita Redshoes

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Lançou recentemente “Life Is A Second Of Love”, um disco que demonstra o seu crescimento como pessoa, como intérprete e como compositora. Estivemos à conversa com Rita Redshoes e descobrimos que a menina dos sapatos vermelhos é hoje uma mulher completa, ciente do seu valor e que deseja ser feliz e fazer os outros felizes.

– Deste-te a conhecer ao público em 2007 com “Dream On Girl”. Como e quando surgiu o teu interesse pela música?
Acho que o meu gosto pela música deve vir desde pequena até porque eu cantava imenso em casa, fazia concertos para os meus pais e para os meus avós. Depois apercebi-me desse gosto quando tive oportunidade de cantar e tocar com a banda do meu irmão. Anos depois inscrevi-me no grupo de teatro da escola e comecei a tocar bateria com outros músicos. E, quando dei os primeiros concertos com a minha banda percebi que era mesmo isto que eu queria fazer. Tudo aconteceu, mais ou menos, tinha eu 14 anos, depois, aos 17, fui estudar música e a partir daí não parei mais.

– Foste baterista no Teatro ITA VERO. Baterista?!
(risos) É verdade! Era o instrumento que o meu irmão tinha lá em casa e eu, de o ver a tocar, de o ver a estudar, fui aprendendo. Era a única coisa que eu sabia tocar na altura…

– E como é que passaste para os outros instrumentos? Sim, porque tu és quase uma mulher dos 7 instrumentos…
(risos) Acho que é um gosto meu. Gosto muito de música, e não me refiro apenas a cantar, eu gosto mesmo é de fazer música e de tocar instrumentos. Acho que não toco muito bem nenhum instrumento, mas a verdade é que tenho muita curiosidade e quando vejo algum atiro-me de cabeça e depois tento fazer música com aquilo (risos).
Cada vez mais vou explorando mais instrumentos e comprando mais…

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– Neste momento há algum instrumento que te fascine particularmente?
Ultimamente tenho-me contido de comprar instrumentos (risos) porque as coisas estão mais complicadas e não tenho aberto muito os “cordões à bolsa”, como se costuma dizer. Mas o último que comprei foi um instrumento muito engraçado que se chama Tenori-on. É um instrumento eletrónico que se toca através de uns botões, na verdade parece um brinquedo de criança mas é muito interessante.

– De 2003 a 2009 integraste a banda de David Fonseca. Como é que foi essa experiência?
Foi uma experiência muito boa. Eu na altura estava em casa a compor as minhas coisas ainda sem saber muito bem o que é que lhes ia acontecer e o David telefonou-me a convidar para tocar com ele. Confesso que foi um ótimo convite que veio numa altura muito específica e muito importante porque como eu estava sem saber muito bem o que é que ia fazer foi uma espécie de saída boa, pois ia poder tocar e dar concertos. De facto, o David deu muitos concertos o que me permitiu não só uma aprendizagem muito grande, como ganhar resistência ao enfrentar uma data de públicos diferentes, tocar em espaços diferentes e em situações também elas diferentes. Deu-me uma ótima experiência pois também me permitiu ficar a conhecer mais pessoas do meio. Pessoas que depois me ajudaram a lançar sozinha.

– Já conhecias o David?
Não, na verdade não. Depois de ter comprado um disco da minha banda, os Atomic Bees, o David escreveu-nos e a partir daí fomos sempre mantendo o contacto via e-mail. Na altura em que ele lançou o primeiro disco tinha ido ver-me tocar num concerto, pelo que se lembrou de me convidar.

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– Como é que se deu a transformação da Rita Pereira para a Rita Redshoes?
Eu tinha tido um projeto que foi quase como um embrião do que viria a ser este meu projeto a solo e que se chamava Photographs. Mas, estava um bocado infeliz com esse nome porque o achava um bocado impessoal. Como eu escrevia em nome próprio e eram coisas muito minhas, queria um nome mais pessoal, mais identitário, no sentido de me identificar. Primeiro pensei em ser só Rita, sem ter segundo nome. Um dia, por força das circunstâncias, pois tinha mesmo que arranjar um nome pois ia sair o meu primeiro tema numa coletânea da FNAC, andei uma semana a inventar nomes e a pedir aos amigos que me dessem ideias. Um dia acordei e lembrei-me deste nome e de facto olhando agora para a forma como o nome surgiu acho que está relacionado com o meu imaginário e com a minha personalidade. Isto porque os sapatos têm associados uma data de simbologias, inclusive místicas e de feitiçaria com poderes extraordinários, uns bons e outros nem tanto (risos). Gostei desta ideia porque sou uma pessoa muito tímida no dia-a-dia, passo completamente despercebida, o que é ótimo, mas de repente tenho que subir a um palco o que me obriga a uma transformação grande e a uma luta com a minha timidez. E os sapatos e esta ideia de calçar os sapatos surge tipo capa de super mulher. Depois junta-se o lado feminino, o lado mais atrevido que eu acho que a minha música tem e que se calhar assim no dia-a-dia eu não tenho.

– É o teu alter-ego?
(risos) Mais ou menos, sim!

– Em 2008 nasce “Golden Era” onde asseguraste a produção e muitos dos instrumentos. Foi uma grande aventura fazer este primeiro disco?
Estranhamente o “Dream On Girl” foi muito bem recebido. Não só passou na rádio, como o Henrique Amaro ouviu-o e chamou-me para entrar na coletânea dos Novos Talentos FNAC. Por essa altura pensei que se calhar estava na altura de fazer um disco. Já tinha imensas canções escritas e já tinha conhecido muitos músicos com que me identificava e com quem gostava de tocar. Nessa altura pensei «vou reunir estas pessoas para construir o meu primeiro disco».
Foi um primeiro disco que me irá marcar para sempre, não apenas por ter sido o primeiro, mas porque foi um percurso longo até eu dar esse passo e porque nunca esperei que fosse tão bem recebido. Confesso que achava que seriam os meus amigos e família a achar piada ao disco e ao facto de, finalmente, eu o ter gravado. Mas de repente comecei a ouvir a minha música por aí e isso foi muito emocionante. De repente, a minha música saltou da minha sala para quase todo o mundo e isso foi muito bonito.

– Nessa altura percorreste muita estrada para a apresentação ao vivo do disco.
Sim, fartei-me de andar na estrada. Na época ainda estava a cantar com o David e estava a acabar o meu curso de Psicologia Clinica. Foi um ano de loucura total. Tirei 15 dias de férias em outubro de 2009 e em 2010 sai o meu segundo disco. Nessa altura estava mesmo de rastos porque de facto foi tudo muito intenso

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– Há algum momento que recordas com particular alegria?
É difícil apontar assim um só momento, pois, felizmente, foram muitos. Recordo-me de muitos teatros por onde passei em terras pequenas do nosso Alentejo e mesmo no Norte. Lugares onde eu achava que não ia ninguém porque eu canto em inglês, mas que quando chegava tinha salas cheias e pessoas no final a dizer que gostaram muito. Isso foi muito emocionante. Nunca mais vou esquecer essa partilha. Foi muito tocante perceber que havia pessoas disponíveis e interessadas naquilo que eu estava a fazer. Sou uma sortuda!

– Porquê o inglês?
O inglês apareceu de uma forma muito ingénua, porque a tal banda com o meu irmão cantava em inglês e quando eu entrei cantei em inglês. Como o que eu queria era cantar e tocar não questionei a língua. A verdade é que a partir daí, a meias com o outro vocalista da banda, fomos escrevendo e eu fui-me conhecendo a cantar e a escrever em inglês. Até aí eu escrevia muita coisa em português e ainda escrevo, mas nunca usei, talvez por me conhecer e conhecer a minha voz… O português é uma língua muito bonita, muito rica, mas muito trancada e não é fácil às vezes ser musical, além de que eu tenho uma pronúncia muito acentuada. Há coisas em que eu gosto de me ouvir a cantar em português, mas há outras em que para mim ainda não é confortável. Mas, é um dos desafios que eu quero atravessar, pois tenho coisas escritas e partes musicadas, mas tenho que trabalhar ainda mais essa parte.

– Quando escreves pensas já em inglês?
Sim, normalmente estou a cantar e sai-me em inglês.

– “Lights & Darks” (2010) mostra uma Rita Redshoes diferente, onde assumes definitivamente a postura de singer-songwriter. Simultaneamente acompanhas o disco com um crescente cuidado visual, percetível no DVD onde juntas os vídeos das músicas feitos por gente diferente. Como tiveste essa ideia?
Esse foi um disco onde eu me deparei com uma série de coisas que no processo do “Golden Era”, por não estar à espera do sucesso que teve, não aconteceram. Com o sucesso do primeiro disco fui parar a sítios onde nunca pensei ir. De repente sou confrontada com esta coisa que é onde é que os outros me colocam, já não é o que é que eu acho da minha música, onde é que eu me sinto bem a tocá-la, mas onde é que os outros nos colocam.
Isso criou-me algumas questões internas e preocupações, o que foi muito curioso. Foi um processo interno de aprendizagem e é mais do que lógico que as pessoas desconfiem, que as pessoas pensem «mas quem é esta que apareceu aqui a cantar». Enfim, deparei-me com algumas situações caricatas. E, houve, se calhar, uma tentativa da minha parte de dar um bocado de resposta a isso. O “Lights & Darks” foi, ao mesmo tempo, um disco que me saiu um bocado das entranhas por essas guerras internas. Senti necessidade de abrir um bocadinho o leque e de alguma forma receber qualquer coisa de outras pessoas que não tivessem que ver com a música. Além disso, o disco também teve muitos convidados musicais. Não balizei nada na elaboração do DVD, queria ser surpreendida pelo resultado final, queria perceber como é que as pessoas viam a minha música. E isso foi muito interessante para mim, perceber como é que aquelas pessoas, de quem eu admirava o trabalho, me viam.

– Agradou-te o resultado final?
Sim, agradou imenso! Muitas das pessoas que eu convidei também ficaram surpreendidos, em especial as que tinham tido até aí pouco contacto com a minha música. Foi muito bom, pois no fundo foi outra visão sobre a minha música, sobre as minhas canções.

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– Dar imagem a cada uma dessas tuas canções foi enriquecê-las…
Para mim sim, sem dúvida. Sou uma pessoa que funciona muito por imagens. Para mim o facto de me preocupar com a imagem dos concertos, com o cenário, com a roupa que visto, faz tudo parte de uma coisa que eu imaginei e que quero partilhar com as pessoas. Não é tanto o lado estético, claro que esse também é importante, mas é mais o gostar de transportar as pessoas para sítios. Gosto imenso disso! Tenho sempre essa vontade de criar uma espécie de tenda e convidar as pessoas a entrar (risos).

– Com o Paulo Furtado musicaste uma peça de teatro (“O Jogador”, encenada por Gonçalo Amorim) e fizeste a banda sonora de um filme (“Estrada de Palha” de Rodrigo Areias). É algo que gostavas de repetir?
Gostei imenso, pois era algo que eu desejava fazer há muito tempo. Aliás, eu comecei por aí, a musicar peças de teatro. Mas, ter a oportunidade de trabalhar com o Paulo, que é uma pessoa super talentosa, foi muito enriquecedor. Mas enriquecedor também ao nível do teatro, devido ao processo de construção das personagens, de perceber como depois íamos colocar a música, de ouvir a opinião e as opções do encenador. Tudo isso foi muito especial. Nos filmes é diferente. Aí a experiência é um pouco mais fechada, porque o filme está feito e nós temos que ter uma leitura musical do que já está feito. Os realizadores foram muito generosos e não balizaram o nosso processo criativo. O processo assentou, sobretudo, no seguir as imagens e, isso é, de facto, uma das coisas que mais prazer me dá. Aliás, a minha música é ela própria bastante povoada de personagens e algo cinematográfica.

– Como tiveste a ideia de fazer “The Other Women – O mundo nas canções d’Elas” e como escolheste as mulheres que homenageaste?
Está um pouco relacionado com o facto de ser mulher e de fazer música, estando inserida no mundo da arte que ainda é muito masculino. Quis, de certa forma, enaltecer o trabalho de tantas mulheres fantásticas, sendo que ficaram tantas talentosas e maravilhosas de fora. Isto foi muito importante para mim, como mulher e como cantora porque me obrigou a ter elasticidade vocal e interna, uma vez que é uma grande responsabilidade estar a cantar aquelas senhoras. A minha voz foi obrigada a visitar registos muito diferentes, desde a Dolly Parton à Bjork, o que foi muito bom para mim.

– De entre elas há alguma que te inspirou de uma forma especial. Porquê?
A PJ Harvey, sem dúvida! Acho mesmo que ela é uma das culpadas por eu ter começado a fazer música (risos), pois para aí com os meus 15, 16 anos vi uma cassete de uma tournée dela e pensei «eu quero esta vida, isto é divertido» (risos).

– Além dela há assim mais alguém que te fascine, inclusive cá em Portugal?
Agora, felizmente, há muitas mulheres a cantar, o que é fantástico. Mas quando eu tinha 15 anos não havia assim tantas. Lembro-me da Lena d’Água, da Xana dos Rádio Macau, que foi, aliás, uma das cantoras que incluí no espetáculo, dos Entre Aspas com a Viviane… Depois apareceu a Sónia dos Gift, aí eu já tinha começado com a banda.

– Nunca passaste essa experiência para disco?
Não. Há umas gravações e há um vídeo de um dos concertos ao vivo, mas disco não há. Mas, vamos ver se ainda pode acontecer (risos).

– Tens vindo a mostrar uma tremenda versatilidade naquilo que fazes…produziste o espetáculo de teatro para bebés “Frágil” e participaste no Festival Big Bang com uma instalação sob o tema “O Quartos dos Músicos”. És uma mulher de desafios?
Sim, sou! Adoro ser posta à prova e enfrentar desafios! Acho que é importante porque se aprende imenso. Não sei se vimos ou não a este mundo mais vezes, mas a verdade é que agora estou aqui e o melhor é mesmo aproveitar. Apesar de alguns desafios me puderem assustar, meter medo e não conseguir dormir à noite com a ansiedade (risos), não consigo não aceitar cada desafio que me colocam.
Essa peça para bebés foi uma proposta de duas atrizes com quem eu tinha trabalhado e que adoro, a Carla Maciel e a Mónica Garnel. Juntas, construímos o espetáculo “Frágil”, o qual contém apenas música, nada de palavras. É um espetáculo que mexe muito com o lado sensorial dos bebés. Foi dos públicos mais incríveis que já tive porque com eles é tudo muito genuíno. Se têm medo choram, se não gostam dizem e querem ir embora, se adoram vêm dar abraços. Isso é muito bonito, pois é uma genuinidade que em adultos já não se consegue ter.
Na instalação fiz um quarto dos músicos. Era o meu quarto, o meu quarto mágico onde se ouviam instrumentos sem se perceber de onde vinha o som, pois só se viam as mãos a tocar. Foi muito giro!

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– Este ano chega “Life Is A Second Of Love” gravado entre Portugal e o Brasil. Porquê o Brasil?
O Brasil em si não foi uma escolha propositada, foi mais a pessoa em si. Foi tudo um pouco inesperado. A dada altura ouvi na rádio uma música de uma cantora brasileira que me chamou muito a atenção. Gostei muito do som, o qual achei diferente. Adorei a voz dela e, além disso, adorei a produção. Ao tentar descobrir quem era, dei não só com o nome dela, a maravilhosa Céu, mas também com o nome do produtor, Gui Amabis. Descobri que ele tinha dois magníficos discos a solo e que fazia imensas bandas sonoras para Hollywood e no Brasil. E pensei, «é com esta pessoa que eu quero trabalhar». Ao início foi um tiro no escuro, mas tive muita sorte, pois a empatia foi imensa desde o princípio, na troca de emails, de referências, e quando ele veio a Portugal parecia que nos conhecíamos há imenso tempo. Foi tudo muito genuíno e fantástico! De tal forma que ele agora esta cá, em Portugal a compor as músicas para o seu próximo disco!

– Bom, foste uma verdadeira embaixadora do Portugal…
(risos) Verdade, resultou tudo muito bem!

– O disco está exatamente como tu o sonhaste?
Está! Eu neste momento ainda estou orgulhosa, o que é muito difícil! É muito difícil eu achar e afirmar que qualquer coisa que tenha feito está bem, mas com este disco eu acho que consegui essa calma. Consegui não ser tão severa comigo, tão perfecionista de uma forma quase desumana. Consegui relaxar um pouco.

– Achas que já deste provas a ti própria do que és capaz?
Neste momento sim (risos), estou descansada. Mas isto é quase de certeza coisa de pouca dura (risos).

– Qual tem sido a reação das pessoas ao disco?
Até agora excelente! Tenho recebido mensagens muito positivas. As pessoas sentem que o disco está diferente, mas que sou eu na mesma. Acham que as músicas são muito intensas e gostam muito.

– “Life Is A Second Of Love”, é um título que nos faz pensar. Como chegaste a ele?
Nos outros discos tinha sempre os títulos antes, o que não sei se era bom ou se era mau. Neste estava a chegar aos últimos dias e não tinha titulo, algo que me estava a deixar preocupada. Sabia de antemão que queria começar o disco com uma espécie de interlúdio, que fosse uma coisa muito despida, quase só com vozes. Já no estúdio, peguei no meu telemóvel, onde por vezes gravo ideias, e ao ouvir o que tinha lá guardado descobri aquele bocadinho cantado com aquela frase. Realmente, o inconsciente é muito curioso porque está lá tudo, basta irmos abrindo as gavetas para termos acesso ao que procuramos (risos).
Percebi logo que estava ali o nome do disco e o tal interlúdio! Achei que fazia todo o sentido porque o disco é todo muito do momento, da importância do momento e da generosidade que é preciso ter connosco próprios e com os outros para conseguir viver esta vida de uma forma feliz. O título é um pouco isso.

– Começaste a compor para este disco há vários anos (4). Porquê tanto tempo? Precisavas deste, digamos processo de amadurecimento pessoal e profissional?
Na verdade há no disco algumas canções antigas e sim, senti. Primeiro senti que ainda não tinha dito tudo o que queria dizer e eu quando não tenho certezas fico calada. Sentia que algumas destas canções precisavam de mais tempo porque ainda estava tudo em tumulto dentro de mim, eu ainda não me tinha arrumado bem para as conseguir cantar.
Ia tendo bocados que eu sabia que iam dar numa canção mas ainda estava em turbilhão com tudo e por isso não conseguia concretizá-las. Precisei que tudo se acalmasse e se arrumasse de alguma forma dentro de mim para depois acabar as letras e cantá-las, de uma forma, obviamente, emocional, mas não em êxtase ou muito triste ou muito alegre ou zangada (risos).

– Sentimos ali uma Rita mais madura, mais sincera e mais segura do que sente e do que escreve. Tens ideia que passas esta perceção? É em ti que tem inspiras para escrever?
Sim, é. Eu não tenho nada um espírito interventivo no sentido de sociedade em si. Eu acredito muito em nós, na nossa vida e nos que nos estão próximos. Se fizermos as coisas de coração e da melhor forma possível já estamos a contribuir para mudar o mundo.
Inspiro-me muito nas coisas que vou vivendo e na forma como as sinto, mas também naquilo que vejo e nos outros que estão à minha volta. Esta é, sem dúvida, a minha grande fonte de inspiração.
Ao fazer este disco senti que estava a passar por um processo interno, muito meu. Agora, que isso passasse de tal forma para as canções de maneira a que os outros também o percebessem, não tive noção até ter esse feedback por parte de algumas pessoas que me conhecem bem.

– Qual o teu maior desejo para o futuro?
(risos) Ai não sei…é difícil… Eu peço sempre assim uma coisa muito básica (que não é nada básica) que é ser feliz e fazer os outros felizes.

Por: Sandra Pinto

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