Bad Religion vieram a Lisboa e trouxeram os Suicidal Tendencies como convidados VIP. Inesquecível!

Era uma das noites mais desejadas. Adiado devido à pandemia, o concerto de comemoração dos 40 (+2) anos de vida dos Bad Religion aconteceu, finalmente, no passado dia 14 de maio. Um sábado de calor que os muitos que encheram a Altice Arena tão depressa não vão esquecer.

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

Durante dois anos tudo parou. O sector da cultura ficou, literalmente, congelado, pelo que foi com muita resiliência que entidades como a HELL XIS Agency & Records se mantiveram em ação sem nunca baixar os braços. Sabem porquê? Pelo amor à música e por acreditarem que ainda vale a pena. E, certamente, tiveram a recompensa do esforço quando no dia 14 de maio viram a sala da Altive Arena cheia de pessoas felizes e muito transpiradas por estarem a fazer aquilo que lhes dá energia: ver música ao vivo!

É verdade, se há coisa que nos faz sentir alive and kicking (obrigada ao Simple Minds pela eterna punch line) é a música e esta que encheu de som a noite do Parque das Nações é das melhores para isso. Ainda de dia coube aos Blowfuse abrir as hostilidades musicais. E não podia ter corrido melhor, com a banda a agarrar o público que, espante-se, já era bastante àquela hora.

Depois coube aos portuguese Devil in Me encher o palco com a sua música e a sua entrega. Visivelmente felizes por estar ali, o coletivo entregou-se numa atuação plena de garra e emoção. Foi bonito ver o público recebe-los de braços abertos, como se faz aos grandes amigos que já não se veem há algum tempo.

Seguiram-se os Millencolin que serviram o aperitivo final antes dos dois pratos principais. Não sendo os nossos preferidos da noite, eram-no de muitos, de todos aqueles que sabiam as suas letras de cor e que, a plenos pulmões, acompanharam a banda nos refrões.

Convidados muito especiais, era a hora de subirem ao palco os Suicidal Tendencies. Se para uns os Bad Religion eram a cereja no topo do bolo, não levem a mal, mas para nós a felicidade foi mesmo ver a banda de Mike Muir em palco. Nascida em 1981, a banda californiana mostrou estar ainda para as curvas (de skate ou a pé), tal a energia que imprimiram a toda a sua atuação. Cá de baixo, da plateia era a loucura com cabelo a voar, pernas no ar, pessoas a “planar”, uma verdadeira festa de alegria e entrega. Se Robert Trujillo já não está na banda, a verdade é que a herança ficou bem entregues ao filho, Tye, que se apresentou em palco cheio de convicção. A prova viva de que os sonhos se tornam realidade!

Quando os Bad Religion entraram em palco já a festa estava instalada. Por entre o público percebia-se que havia encontros de amigos (como foi o nosso caso) que já não se viam há algum tempo, famílias inteiras (literalmente) com algumas crianças (devidamente protegidas ao nível da audição) numa demonstração que o amor ao punk e ao hardcore está bem entregues. Lá em cima, no palco dos deuses, a banda de punk rock nascida em 1979 destilava energia e elegância. A idade ali pareceu não chegar tal a qualidade da performance.

Foi bonita (e transpirada) a festa. Obrigada ao Emanuel e a toda a sua equipa. Parabéns pela vossa coragem e resiliência.

Blowfuse

Devil in Me

Millencolin

Suicidal Tendencies

Bad Religion

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