A sensibilidade de Patti Smith para com a arte sempre impulsionou a sua relação próxima com os livros. O TagBlog deixa uma lista de 13 dos seus livros preferidos.
Iluminuras (1886), de Arthur Rimbaud
Com 16 anos, ao roubar um volume de Iluminuras de uma banca por não ter dinheiro para comprá-lo, Patti Smith descobriu em Rimbaud a salvação para o marasmo de Nova Jersey. O poeta foi um confidente imaginário que acompanhou a artista ao longo de toda a sua vida. Um dos principais poetas franceses do século XIX, Rimbaud começou a escrever aos 15 anos e produziu toda a sua obra poética em apenas seis anos.
As mil e uma noites (século IX)
Obra-prima da literatura oriental, As mil e uma noites é uma coleção de histórias populares originárias do Oriente Médio e do sul da Ásia. Após ter descoberto a traição de sua esposa, o sultão Shahriar passa cada noite com uma jovem diferente, que será morta ao amanhecer. Para salvar a própria vida, e numa tentativa de acabar com o ciclo, Sherazade narra histórias que prendem a atenção do sultão. Ao amanhecer, ela interrompe a história para continuar na noite seguinte.
Mulherzinhas (1868), de Louisa May Alcott
Durante a infância, Patti Smith tinha nos livros uma fonte de consolo. Para ela, Louisa May Alcott oferecia um lado positivo do destino feminino. Em Mulherzinhas, a autora tece o retrato de uma família de classe média norte-americana e dos seus valores morais. Uma das filhas, Jo, escrevia para ajudar a sustentar a família durante a Guerra Civil. Desde que entrou em contato com a personagem, Patti Smith passou a sonhar com o dia em que escreveria o seu próprio livro e começou a criar pequenos contos.
Os sapatinhos vermelhos (1845), de Hans Christian Andersen
Depois que a mãe de Patti Smith a ensinou a ler, as duas costumavam mergulhar nos livros juntas. A artista lembra que, enquanto a sua mãe lia As sandálias do pescador (1963), de Morris West, ela devorava Os sapatos vermelhos. A história é um conto de fadas do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, mundialmente conhecido pela sua produção voltada para o público infantil.
Jardim de versos (1885), de Robert Louis Stevenson
O livro é uma seleção de poemas sobre o quotidiano e as fantasias infantis escrito pelo escocês Robert Louis Stevenson, conhecido por obras como O médico e o monstro (1886) e A ilha do tesouro (1883). Para Patti Smith, essa é “a bíblia de toda criança-soldado”, uma alusão às brincadeiras com os seus amigos de infância.
Junky (1953), de William S. Burroughs
Durante um de seus passeios com Robert Mapplethorpe por Nova Iorque, Patti Smith encontrou numa banca de livros usados uma edição de Junky, de William S. Burroughs, da qual nunca se desfez. Marco dos anos 1950, o livro foi escrito durante uma temporada do autor no México e discorre sobre experiências com drogas pesadas. Recheada de confissões de violência, homossexualidade e teorias a respeito dos benefícios filosófico-espirituais das drogas, a narrativa chocouao público aquando da sua publicação.
The fabulous life of Diego Rivera (1963), de Bertram Wolfe
A biografia de Diego Rivera, pintor mexicano que foi casado com a também pintora Frida Kahlo, foi um presente de aniversário que Patti Smith recebeu da sua mãe.
Ariel (1965), de Sylvia Plath
Patti Smith recebeu Ariel de Robert Mapplethorpe no primeiro encontro dos dois. Quando se suicidou, em 1963, Sylvia Plath deixou o manuscrito do livro de poesia, que foi publicado dois anos após a sua morte. O lançamento do livro, que aborda temas como as dores de uma vida marcada pela morte do pai e pelos conflitos matrimoniais, tornou o nome da escritora amplamente conhecido.
Canções da inocência e da experiência (1789), de William Blake
Os livros de William Blake eram os mais amados por Patti Smith e Robert Mapplethorpe: ela costumava ler Canções da inocência e da experiência para ele antes de dormir. O livro é um conjunto de poemas ilustrados pelo poeta, que questiona e critica a sociedade.
Pomas, um tostão cada (1927), de James Joyce
Pomas, um tostão cada é uma coletânea de uma dúzia de poemas vendida na época ao preço de um xelim. Cada poema saía, portanto, pelo preço de um penny. De cunho autobiográfico, os poemas refletem as paixões de James Joyce e temas como a gradual perda da fé e da visão.
Zelda (1970), de Nancy Milford
Na biografia, Nancy Milford revela a personalidade de Zelda Fitzgerald e esclarece a relação com F. Scott Fitzgerald. O livro retrata a desintegração de uma mulher dilacerada pelo choque entre o seu próprio talento e a carreira do marido. Patti Smith identificava-se com o espírito insubordinado de Zelda, afirmando que “tem pessoas que nascem rebeldes”.
Crazy horse: the strange man of the Oglalas (1942), de Mari Sandoz
O livro é a biografia de Crazy Horse, um dos mais famosos guerreiros indígenas americanos da história recente, descrevendo a sua vida entre a metade e o final do século XIX. Do livro, Patti Smith tirou uma lição: a artista não recolhe espólios que não fossem seus por direito. Crazy Horse acreditava que se parasse para recolher os espólios de uma batalha vencida, sairia derrotado, e, para se lembrar disso, tatuava raios nas orelhas dos seus cavalos. Da mesma forma, para evocar a lição, Patti Smith tatuou um raio no joelho.
La cavale (1965), de Albertine Sarrazin
Patti Smith deu o nome de Cavale, termo francês para “fuga”, à personagem da primeira peça de teatro que escreveu. Foi uma homenagem ao livro La cavale, o seu favorito da escritora Albertine Sarrazin. L’astragale (1965), romance semiautobiográfico de Sarrazin e sua obra mais conhecida, foi um guia para Patti Smith durante a juventude e uma influência na concepção dos seus primeiros poemas.