NOS Alive 2015 Dia III

No dia que chegámos ao festival de helicóptero estavam reservadas muitas emoções. No último, mas para nós mais interessante dia do festival, a música andou de mãos dadas com a memória.

HMB > Counting Crows

Depois de aterrarmos só tivemos tempo de, em passo célere, nos dirigirmos ao Palco NOS onde as honras de abertura deste último dia foram entregues a uma banda nacional, os HMB. Donos de uma boa vibração, trouxeram ao recinto um soul melódico e cativante. Claramente uma aposta ganha.

Counting Crows foram os senhores que se seguiram. Um concerto sem grande história onde o alinhamento ganhou mais vida em temas como “Round Here” ou “Mr. Jones”. Donos de uma já longa carreira, os norte-americanos esforçaram-se de uma forma digna de referência em dar ao publico um bom concerto. E deram, apenas o público não estava “para aí virado”.

Dead Combo > Sam Smith

Não há palavras para descrever um concerto dos Dead Combo, banda nacional que pontua como das mais incríveis, seja em disco ou ao vivo. Donos de uma sonoridade muito própria, os Dead Combo conseguiram dar um dos mais fortes concertos de todo o festival. A intensidade da sua música e a qualidade das suas interpretações fazem com que cada tema surge repleto de uma magia pouco comum seja na música nacional ou de outro país qualquer. É um facto, os Dead Combo têm algo de muito especial e que tentámos descobrir quando os entrevistámos, https://lookmag.pt/blog/conversa-com-dead-combo/. Terminam o concerto com a música de “Zorba, o Grego”, filme d 1964, baseado no romance homónimo de Nikos Kazantzakis, realizado por Michael Cacoyannis e interpretado por Anthony Quinn. Ao fundo um enorme bandeira grega.

No Palco NOS era a vez de Sam Smith atuar, algo que fez imaculadamente para gáudio dos muitos (sobretudo, muitas) fãs. Simpático e comunicativo, o cantor londrino, que já tinha passado pelo NOS Alive na edição anterior, fez-se acompanhar por uma banda coesa dando vida aos temas “In The Lonely Hour”, o seu mais recente álbum.

Mogwai > Tracy Vandal > The Jesus and Mary Chain

Era chegada a hora de rumar até ao Palco Heineken e por lá ficar para um encontro com duas bandas escocesas de excelência. Os triunfais Mogwai foram os primeiros, tendo “esmagado” o público com o seu pós-rock épico e demolidor. Tudo se harmonizou para brindar aos felizes elementos do público com um concerto enorme, onde a distorção marcou presença, assim como as melódicas canções da banda. Ouviram-se comentários como «o melhor da noite» ou «assim já valeu a pena ter vindo». Se concordamos? Sem dúvida, pois em ex aequo com Dead Combo e os Jesus And The Mary Chain foram claramente o melhor do terceiro e último dia do evento.

Antes daquele que era para nós o grande momento do festival, pelo qual esperámos meses, tínhamos um compromisso não menos importante: passar no Palco Raw Coreto e assistir ao concerto da, também escocesa, Tracy Vandal. A voz que conhecemos à frente do saudoso projeto musical Tiguana Bibles, chegou ao NOS Alive para aposentar o EP “The End Of Everything”. Falar sobre uma pessoa que tanto admiramos não é fácil, pois Tracy é merecedora de todos os elogios. Dona de uma voz limpa e cristalina, apresenta-se em palco como as grandes divas de outros tempos: olha os público nos olhos e transporta-nos a todos para um universo paralelo onde a música está acima de tudo. A entrega com que canta cada tema é imensa, fazendo deste (infelizmente) pequeno concerto um momento que guardaremos para sempre na memória como dos mais especiais do evento.

A nossa história com os The Jesus and Mary Chain remonta à década de 80, quando eramos adolescentes e, no já desaparecido Liceu de Belém-Algés, fizemos o nosso crescimento musical. Na época os jovens dividiam-se muito pela música que ouviam, havia os metaleiros, os punks, os góticos, os betos, os rockabilly e os vanguarda. Era neste último grupo que nos incluíamos sendo que o preto era (e é) a cor dominante e a melancolia uma estado de alma (quase) permanente, mas nada que afetasse o normal desenrolar de uma adolescência vivida nos 80. A banda dos irmãos Reid chegou em força aos nossos ouvidos e (mais importante) ao nosso coração. Seguíamos religiosamente as noticias que a eles diziam respeito pelo, à época jornal semanal, Blitz e de lá para cá têm sido a banda sonora de momentos vividos com mais ou menos dor, superados com maior ou menor dificuldade, mas que juntos contam uma história, a nossa. Se já fizeram as contas, percebem que hoje temos mais de 40 anos e que já devíamos ter juízo. Pois, não temos, pelo menos quando se trata de música, mas daquela que nos enche o peito de vida e a alma de intensidade. Foi ali bem junto às grades que no posicionámos para ouvir de uma assentada “Psycocandy”, o primeiro registo da banda lançado em 1985. E não podíamos ter pedido mais pois as memórias foram tantas e as emoções tão intensas que este vai ficar para nós como o concerto do ano. A voz de Jim, tal e qual como há mais de 20 anos, conseguiu dar razão à devoção que sentimos pela música e em particular pela música dos Jesus. A sério, sobrevivemos a muito para podermos viver este momento e isso vale tudo!

Chet Faker > Azealia Banks

Contam-se já em quatro as vezes que Chet Faker veio a Portugal. Este é já um caso de amor entre Nicholas Murphy, o músico e cantar que nascido em Melbourne é o mentor do projeto, o público português. Depois de um Coliseu de Lisboa cheio (https://lookmag.pt/blog/chet-faker-no-coliseu-de-lisboa-a-confirmacao/), foi a vez de o NOS Alive voltar a acolher Chet Faker, desta vez com concerto programado para o palco principal do evento (lembremos que já tendo atuado no festival fê-lo no Palco Heineken, https://lookmag.pt/blog/nos-alive-2014-dia-iii/). Pelo palco desfilaram charme e os temas que todos já cantam quase a uma só voz, sendo que o final ficou marcado pela interpretação de “Talk Is Cheap”.

Azealia Banks no Palco Heineken fez-se acompanhar por um DJ e dois dançarinos. Com eles trouxe seu primeiro registo discográfico, “Broken With An Expensive Taste”, lançado no mercado no final de 2014 e muita animação. “Yung Rapunxel” e “Gimme The Chance” deram o pontapé de saída no alinhamento da noite, cujo ponto alto foi “212”. O público aderiu dançando num espaço completamente lotado.

Conferencia_imprensa-Alvaro_Covoes-LookMag_ptConferência de imprensa

Em conferência de imprensa, Álvaro Covões, da Everything is New, promotora do festival, fez o balanço desta que foi a 9.º edição do evento. Durante os três dias em que a música encheu o Passeio Marítimo de Algés passaram pelo recinto 156 mil festivaleiros: 55 mil no primeiro dia, 48 mil no segundo e 53 mil no terceiro. Para 2016 foi revelado que o NOS Alive regressa entre 7 e 8 de julho.


A equipa Look Mag ficou alojada no íbis Alfragide. Localizado a poucos quilómetros do recinto do festival, a unidade hoteleira recebeu os festivaleiros com toda a comodidade. Pequeno-almoço até ao meio dia e wi-fi grátis em todos os espaços da unidade fizeram a diferença. Equipado com estacionamento privado destinado aos hóspedes, o ibis Alfragide surge como a escolha certa para quem quer aproveitar ao máximo os dias de música e animação do festival. Para quem pretende descobrir a boa música nos muitos festivais que este Verão vão acontecer em Portugal, a ibis propõe o ibis BUSINESS. Cartão de subscrição que nasceu para responder à exigências dos viajantes regulares, o ibis BUSINESS propõe uma oferta única no segmento económico. Permite aos viajantes otimizar os custos das suas deslocações com vantagens específicas. A ibis BUSINESS, complementar do programa de fidelização Le Club Accorhotels, oferece quatro benefícios imediatos:
– 10% de redução sobre o preço dos quartos e do pequeno-almoço,
– 10% de redução nos restaurantes e bares dos hotéis, incluindo para os clientes não residentes,
– 5% de redução adicional em certas promoções (reserva antecipada, ofertas de Verão e Inverno),
– Um quarto sempre disponível até dois dias antes da data de chegada do cliente.
A oferta aplica-se igualmente aos hotéis ibis budget, a marca muito económica da família ibis, com um sistema semelhante, disponível apenas através do site www.ibis.com
Mais sobre as condições da ibis para os festivais de verão em https://lookmag.pt/blog/ibis-e-os-festivais-de-verao/.
Para reservas:
http://www.accorhotels.com/pt/hotel-5270-ibis-lisboa-alfragide/index.shtml

Reportagem fotográfica com o apoio Canon Portugal www.canon.pt/

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

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