À conversa com Linda Martini
Celebram este ano 10 anos de carreira. Assinalam a data com aquele que é já considerado por muitos como um dos álbuns do ano no mercado discográfico nacional. A pretexto do lançamento de «Turbo Lento» estivemos na Casa Independente, em Lisboa, à conversa com Cláudia Guerreiro e Hélio Morais, dois dos membros dos Linda Martini.
– Em «Tremor Essencial» cantam “não queiras ser como toda a gente, não queiras crescer de repente”, (algo que como mãe de um pré-adolescente digo recorrentemente). Podemos entender «Turbo Lento» como a chegada dos Linda Martini à maturidade?
– Hélio Morais – (risos) Sim, mas também à maternidade e à paternidade. É o André que escreve as letras e essa ele escreveu especialmente a pensar no filho…aliás, a música esteve para ter o nome do filho dele. A letra foi inspirada no nascimento do filho, sendo que a certa altura ele fala “as rugas não têm expressão” referindo-se ao facto de que os bebés quando nascem têm muitas rugas. Mas, no fundo a música retrata também a postura que nós sempre tivemos, as coisas foram-se construindo a si mesmas aos poucos, passo a passo e sem grandes picos. Houve um pico grande no início, mas a partir daí foi algo que se foi construindo.
– Cláudia Guerreiro – Sem pressas e sem ambições desmedidas. Basta estar de braços abertos para receber aquilo que ai vem.
– Este trabalho não é o seguimento mais óbvio de «Casa Ocupada», mas arriscando ou não, foi, a nosso ver, o seguimento acertado…
– Hélio Morais – Tem sido muito bom receber esse feedback, e agora não é falsa modéstia nem nada disso. Nós estivemos a trabalhar neste disco durante muito tempo e às tantas é muito complicado seres imparcial e perceberes se o disco é mesmo bom ou não. Nós partilhámos isso com o Ângelo (Lourenço), que é nosso amigo e anda sempre connosco na estrada e com todas as outras pessoas que nos acompanham. Pedimos para nos dizerem se acham que a música é boa, se o disco está ficar bom, porque é complicado termos nós próprios essa certeza…
– Cláudia Guerreiro – …e às vezes também é difícil para as pessoas que nos são muito próximas serem imparciais, porque já estão habituadas a ouvir, estando atentas a detalhes que se calhar o público não está à procura. Acho que é agora que começamos mesmo a ter o verdadeiro feedback relativamente ao disco…
– Hélio Morais – …e tem sido muito positivo. E, afirmações como a tua claro que nos deixam muito felizes. Começamos a perceber aquilo que temos efectivamente nas mãos.
– Cláudia Guerreiro – De qualquer forma eu não diria que este disco está completamente longe do «Casa Ocupada», acho que há uma clara continuidade daquilo que nós estávamos a fazer, mas que aponta para outros sítios…
– Hélio Morais – …demos ali umas guinadas, e isso foi bom. Por exemplo, fizemos uma música como «Tamborina Fera», música de um minuto e meio só gritada com uma frase…
– Cláudia Guerreiro – …e o «Febril» que é muito mais…eu insisto em chamar-lhe tropical…
– A nós não nos soa nada a tropical…
– Cláudia Guerreiro – (risos) É pá mas eu sinto! Talvez seja por causa do baixo, não sei, acho que aquela música é completamente tropical! E a guitarra do André também me parece completamente tropical, e depois acaba daquela maneira mais “Gala Dropiana”, assim muito livre…deve ser por causa disso.
– O facto é que nas 11 músicas que integram o disco continuamos a sentir o punk a rasgar as guitarras e a bateria do Hélio. É esta a vossa maior influência?
– Hélio Morais – Em termos de postura talvez…
– Cláudia Guerreiro – …mas em termos de música eu acho que não. Todos ouvimos muitas coisas, todas muito diferentes.
– Hélio Morais – É verdade, se bem que eu acho que a “distorçãozinha” é o nosso xanax! Aquilo dá-nos ali um certo descanso, falo por mim, mas quando oiço qualquer coisa com uma “distorçãozinha”, não sei explicar, aquilo conforta-me, faz-me sentir em casa, e acho que nós vamos sempre lá parar, a verdade é esta (risos). Se calhar também nos dá um certo conforto e relaxa.
– Cláudia Guerreiro – Nós falamos punk, mas acho que punk é uma palavrinha generalizada para catalogar a música mais acelerada, mais pesada…sei lá. Sim é isso, distorção, peso, o que seja. Não é propriamente punk, as pessoas falem em punk e eu penso sempre nas bandas puramente punk, e essas eu nunca ouvi. As coisas mais próximas do punk que eu ouvi eram bandas de metal, talvez o mais próximo tenham sido os Converge, mas não é aquele punk “clássico”.
– Mas tens noção que para quem está do lado de cá a ouvir-vos consegue sentir em vocês muita coisa que toca esse género…não falamos só dos Pistols ou o que seja, mas de tudo o que aquele género trouxe, por exemplo, para o hardcore…
– Hélio Morais – Sim, sim há! E é mais por ai, porque nós vimos mais do hardcore. Dentro da banda há mais referências a Fugazi, até X-Acto. Não se ouve necessariamente na música, mas a nível de postura fomos buscar muita coisa aí. O nosso final de adolescência foi aí!
– Recordo-me de ter lido algures um comentário teu em que dizias que os Metallica tinham desempenhado um papel importante na mudança dos teus gostos musicais e daquilo que ouvias em adolescente, ou qualquer coisa do género…
– Hélio Morais – (risos) Verdade, eu ouvia hip-hop, tipo Vanilla Ice e MCM, e depois passei para Metallica e Censurados.
– O que significa e como surgiu o nome do álbum?
– Cláudia Guerreiro – A ideia veio do Pedro e depois os significados vão surgindo, o que até é natural. Eu fiz escultura nas Belas-Artes e uma coisa engraçada é quando tu defines um conceito e depois tudo o que fazes vai-se adaptando àquilo, ou seja, as coisas vão-se encaixando. «Turbo Lento» foi só um nome que depois começou a ganhar uma série de significados: foi turbulento fazer o disco porque há sempre turbulência, é sempre complicado alinhares quatro pessoas com ideias diferentes para fazer a mesma coisa, é lento porque nós demoramos muito a fazer as coisas e de repente há um dia em que chegamos ao ensaio e fechamos duas músicas que fazem turbo. É a mistura disso tudo.
– Escolheram «Ratos» para dar a conhecer «Turbo Lento». Em 11 canções porquê esta? Que mensagem quiseram passar com esta escolha?
– Hélio Morais – Aí tivemos que ser objectivos. Nós gravámos o disco todo na mesma altura, com a gravação do grosso das músicas em dois dias, e depois fizemos as camadas todas. Mas tínhamos que lançar um single antes do Optimus Alive e então tivemos que escolher entre as duas músicas que estavam mais adiantadas e que já tinham alguma letra, «Aparato» e «Ratos». Foi mesmo uma questão de opção, porque só depois é que concluímos as outras músicas.
– Mas a escolha resultou bem, pois chamou a atenção do público para o som que viriam a encontrar no álbum…
– Hélio Morais – Verdade! Esta música tem um refrão berrado, um verso refrão que é assim uma coisa rara até então.
– Cláudia Guerreiro – Não vínhamos com a intenção de alertar ninguém para nada, até porque, como já dissemos várias vezes, quem escreve as letras é o André e ele fá-las de um ponto de vista muito pessoal. A letra não era nada politica. Tens outras músicas no disco que têm uma intenção politica muito mais marcada. Calhou assim e o “barrete” acabou por servir a uma série de pessoas que sentem aquilo.
– «Febril», a sexta música do álbum é uma dessas músicas… inclui de forma surpreendente o verso mais famoso da não menos famosa canção de Chico Buarque «Tanto Mar» escrita na altura do 25 de Abril de 1974. Como surgiu esta ideia?
– Cláudia Guerreiro – Sim essa sim. A letra de «Febril» foi escrita com base nessa letra do Chico Buarque. A segunda parte da música tem muito espaço, é mais livre, então o André lembrou-se de usar um sample da própria letra onde se tinha inspirado para compor.
– Hélio Morais – É das músicas que também nos deixa mais contentes porque leva-nos um bocado para outro lado. Ainda que na primeira parte se reconheça ali Linda Martini, a segunda dá uma volta um bocado diferente.
– Podemos considerar ao ouvir «Febril» que a festa que devia ter começado em 74 acabou?
– Hélio Morais – Eu acho é que isto ainda está tudo uma grande festa, ainda ninguém pensou que tem de se arrumar as coisas depois da festa.
– Cláudia Guerreiro – Eu não sei se alguma vez isso vai acontecer. Acho que há aqui um modo português de ser que é estar sempre em festa e estar sempre em depressão. Estar sempre com pouca consciência e com pouca resolução…
– Hélio Morais – …o pior é que a festa nem sequer é uma festa muito efusiva…
– Cláudia Guerreiro – …sim, é o português suave que se falava nas Belas-Artes.
– Pode ser esta canção um hino de alerta para aquilo que vivemos hoje no nosso país? Um “vamos lá fazer qualquer coisa”?
– Hélio Morais – Se servisse para isso não nos chateávamos nada! Culturalmente somos um povo brando. Acho que as coisas só vão mudar se houver qualquer coisa que aconteça na Europa, tipo em França ou Espanha e que por arrasto chegue cá. Se houver um fenómeno de contágio talvez as coisas mudem. Se só com a iniciativa do povo português as coisas mudassem eu ficava felicíssimo, mas acho que não vai acontecer.
– Ouvindo «Turbo Lento» era capaz de afirmar que o facto de estarem ligados a uma editora grande não mudou a vossa forma de fazer música. Correcto?
– Hélio Morais – Verdade, não mudou em nada. Somos os mesmos e funcionamos da mesma maneira
– Sentem de alguma forma o peso de estarem numa “casa” como a Universal?
– Hélio Morais – Não, sentimo-nos mais leves. Sentimos um alivio gigante em ter pessoas super competentes a trabalhar as áreas que sempre tiveram mais falhas, como a distribuição, a promoção, etc. São pessoas que nos têm compreendido muito bem a nível artístico, compreendem qual é o nosso posicionamento, não nos pressionam a fazer coisas com as quais não estejamos confortáveis, pelo contrário. Muitas vezes aparecem com ideias de coisas que teoricamente seriamos nós a tê-las, como o facto de se disponibilizar o disco em streaming no Spotify, o que não é propriamente a atitude mais institucional por parte de uma editora, é uma atitude muito mais “punk”.
– Cláudia Guerreiro – Aliás, há um outro exemplo incrível nisso: havia três hipóteses para single, sendo que a primeira em que pensámos foi «Panteão» que, como bem reparaste, tem uma asneira na letra, o que nos levou a pensar que não a poderíamos propor. O facto é que da parte da Universal a resposta foi tão surpreendente como «mas qual é o problema? isto não vai passar na Comercial», ou seja, eles têm a perfeita noção do que é que é para acontecer com cada banda que têm, e isso é óptimo. Ninguém nos quer pôr num sitio que não é o nosso.
Isso acaba por ser uma mais-valia…
– Hélio Morais – Sem dúvida, completamente…
– Cláudia Guerreiro – É a tal coisa, não estamos ricos por estar na Universal, mas tem muitas vantagens práticas. É um peso que nos sai de cima.
– Hélio Morais – Eles têm uma equipa muito grande, muito bem oleada e muito unida, pelo menos é isso que nós sentimos.
– E qual é a relação que mantêm com a Rastilho? É só o vinil?
– Hélio Morais – Sim, é o vinil. O «Marsupial» foi editado exclusivamente pela Rastilho, depois fizeram o vinil do «Casa Ocupada», a reedição do «Olhos de Mongol» com o EP e agora o vinil do «Turbo Lento». A Rastilho é neste momento a melhor editora em Portugal a fazer vinil. Podemos nem sempre estar de acordo com o Pedro, responsável da Rastilho, mas é uma pura questão de personalidades. É uma editora com um desempenho muito válido, que tem feito um óptimo trabalho com as edições em vinil.
– Vendo-vos ao vivo fico com a ideia de que com vocês é tudo muito orgânico e sentido…Como foi o processo criativo por detrás de «Turbo Lento»?
– Cláudia Guerreiro – Foi isso mesmo, com momentos de muito entusiasmo e outros mais complicados, não diria de desespero, que é uma palavra um bocado forte demais, mas de desânimo, com azares pelo meio…
– Hélio Morais – …tipo distensões musculares…
– Pois vocês dão-lhe “forte e feio” na guitarra e na bateria…
– Hélio Morais – (risos) Antes fosse, não esteve relacionado com a música, foi o André que se magoou na porta de um carro e ainda hoje recupera do estrago num tendão. Tudo aconteceu numa altura crucial da composição.
– Cláudia Guerreiro – Depois, pelo meio do processo o André foi Pai… enfim, foram uma série de coisas que marcaram a criação do «Turbo Lento».
– Ao colocar o «Turbo Lento» a tocar uma coisa que de imediato nos veio à cabeça foi o quase estarmos a ver-vos ao vivo…ou seja, existe uma veia muito “ao vivo” neste vosso trabalho…
– Hélio Morais – Dizeres isso é bom, sim sente-se!
– Cláudia Guerreiro – Sim, esse é sempre um bocado o nosso receio, que o disco fique demasiado produzido.
– Podemos entender então que nada se compara a estar em cima do palco, certo?
– Hélio Morais – Nada, mesmo! Há coisas também muito boas que poderíamos colocar no mesmo patamar, mas estar em cima do palco é uma sensação única, então quando estás lá e as pessoas começam a cantar as tuas músicas é inexplicável. Por exemplo, nos concertos de Paredes de Coura, em 2007 e 2011, íamos chorando…
– Cláudia Guerreiro – És muito sensível, tu…(risos).
– Estivemos há uns anos valentes num concerto vosso no Santiago Alquimista…
– Cláudia Guerreiro – Isso foi em 2006, no lançamento do «Olhos de Mongol» e foi muito bom…
– Hélio Morais – …foi mesmo muito bom, foi assim o primeiro estalo, em que olhámos e pensámos «é lá o que é isto?!»…
– Os Linda Martini de hoje continuam os mesmos “miúdos” de Queluz?
– Hélio Morais – Bom, estamos todos mais magros…
– Cláudia Guerreiro – (risos)…as coisas que interessam a este homem! Somos as mesmas pessoas, mas a onda de sermos os mesmos “miúdos”…sei lá, é saudável que todos continuemos miúdos, não é?
– O que é mudou?
– Cláudia Guerreiro – Mudaram as nossas expectativas, começámos sem expectativas nenhumas e se calhar hoje temos mais, se calhar não, temos mesmo. É escusado fugir a isso. Se estás habituado a que algo siga um determinado percurso, é claro que estás à espera que as pessoas reajam como reagiram antes.
Antes simplesmente não sabíamos o que é que ia acontecer. Quando começámos estávamos a demarcarmo-nos relativamente ao que tínhamos feito; queríamos mesmo fazer uma coisa diferente. Hoje continuamos um percurso, queremos continuar a fazer coisas diferentes, mas não queremos demarcar uma barreira, por exemplo no «Casa Ocupada» visitámos um pouco do antes Linda Martini, ou seja, já estamos em paz com tudo o que fizemos antes.
– Qual o momento que assinalam como sendo de viragem na vossa carreira?
– Cláudia Guerreiro – Quando começámos Linda Martini, antes não era nada, não era uma carreira…
– Hélio Morais – …e quando saiu o Sérgio (Lemos), nessa altura a dinâmica da banda mudou bastante. De certa forma a banda passou a olhar mais para dentro de si mesma, tivemos que preencher lacunas e que nos readaptar.
– Cláudia Guerreiro – Mesmo musicalmente se calhar ficámos com um som um pouco mais agressivo. O Sérgio era a pessoa mais pós-rock, mais noise, mais Sonic Youth e quando ele saiu nós acabámos por fazer outras coisas
– De todos os concertos qual aquele que recordam com mais saudade e porquê?
– Cláudia Guerreiro – Tendencialmente lembramo-nos sempre dos concertos de Paredes de Coura, mas ontem lembrei-me de um concerto que eu gostei muito, o primeiro que demos no Ritz, precisamente antes de irmos ao Primavera Sound de Barcelona, em Maio de 2012. Foi um belo concerto, foi muito engraçado voltar àquela sala onde nós íamos ver concertos no fim dos anos 90 e voltar lá com a nossa banda. O Hélio já lá tinha tocado, mas é muito diferente voltar agora.
– Hélio Morais – Eu antes achava que o palco era enorme e o palco é na verdade muito pequeno. Outro concerto muito bom foi o da festa do Rua de Baixo no mercado. Foi mesmo muito bom.
(Para a Cláudia) Como é que é ser mulher neste meio?
– Cláudia Guerreiro – (risos) Bom, não sei como é que é ser homem, só sei como é que é ser mulher portanto…está-se bem.
– Tens noção de que quando estás em cima do palco transmites uma imagem poderosa?
– Cláudia Guerreiro – Não sei… não sei mesmo.
– Vocês não têm noção da imagem que passam?
– Cláudia Guerreiro – Temos noção de que as pessoas gostam, mas por exemplo acho que se calhar pensam que o André é tímido, e não é, que o Hélio é comunicativo porque é o que fala mais…mas isso é a noção que eu tenho. Eu tenho noção deles, mas não tenho noção de mim.
– Este ano tocaram no palco principal do Optimus Alive. Já tinham tocado lá em 2009, no palco clubbing, e em 2011, no palco secundário. Relativamente aos dois últimos concertos notaram muitas diferenças?
– Hélio Morais – Consigo apontar diferenças muito grandes de feeling de 2009 para 2013: o de 2009 foi muito mais intimista. O de 2013 para 2011 foi o mesmo feeling, apesar do concerto de 2011 ter sido muito estranho, foi um concerto muito frio. O público estava estranho, ou se calhar eramos nós…
– Cláudia Guerreiro – E eu saí toda partida desse concerto, dei o litro a tentar puxar, mas o público não nos seguiu…
– Hélio Morais – Acho que quisemos muito dar um grande concerto e a coisa não aconteceu.
– Poderá estar relacionado com o alinhamento das bandas…
– Hélio Morais – Sim, é possível. Ou seja, se me perguntares qual é que eu preferi entre o de 2011 e o de 2013, claramente o de 2013. As pessoas estavam muito mais connosco…
Mesmo com um alinhamento para um público muito diferente do vosso ninguém dispersou e houve quem não vos conhecendo saísse do concerto completamente rendido…
– Hélio Morais – Sem dúvida, tínhamos ali cerca de 10 mil pessoas, certamente não eram todas nossas fãs (risos). Temos sido muito privilegiados, mesmo quando tocamos em festivais grandes e em situações teoricamente adversas, como estar a abrir um palco, temos tido sempre muita gente.
– E Barcelona, comparando com as coisas por cá?
– Hélio Morais – Barcelona não, ali fomos os portuguesinhos. Estamos habituados a ter uma massa boa de público e ali não tínhamos.
– Cláudia Guerreiro – Nada da parte deles, mas foi aquilo que nós sentimos. Tínhamos 500 pessoas…
– Hélio Morais – …num palco para 50 mil… A situação naquele palco foi muito parecida com a situação do palco do Alive…
– Cláudia Guerreiro – A diferença é que nós cá tocámos num domingo e lá tocámos numa sexta-feira, no palco mais longe, aquilo é enorme, num país que não é o nosso…esquece. Não foi muito feliz.
– Apesar disso a experiência de ir tocar lá fora é para repetir?
– Cláudia Guerreiro – Se nos convidarem sim!
– Hélio Morais – Gostava muito de ir ao ATP (festival no Reino Unido), mas é este ano a última edição…
– Para terminar, e roubando uma deixa ao Paulo de Carvalho, 10 anos é muito tempo?
– Hélio Morais – É um bom tempo. É um tempo para repetir. Mais anos sim, agora quantos…logo se vê.
– Cláudia Guerreiro – É um tempo para continuar, enquanto durar, enquanto for bom.
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Mais sobre «Turbo Lento» em https://lookmag.pt/blog/linda-martini-apresentam-turbo-lento/
Texto: Sandra Pinto