Capa de vinil sobre tapete vermelho – (VÁRIOS) – URGH! A MUSIC WAR (1981)
‘Urgh! A Music War’ é uma espécie de catálogo, em formato áudio e vídeo, de bandas mais ou menos emergentes da colheita pós-77.
Por Jon Marx
A esta distância, temos nas mãos uma lista representativa do melhor que se fazia à época apesar de a grande maioria das bandas não ter alcançado um particular sucesso comercial, excepções feitas aos Police, que obtiveram imenso sucesso à escala global, às Go-Go’s que foram número 1 no mercado americano e a Gary Numan que, na altura da gravação deste disco, já tinha atingido o topo de vendas britânico com um par de álbuns. Hoje (quase) todos estes nomes são conhecidos do grande público mas, em 1981, quando o disco foi editado, num período em que a MTV não existia e os programas dedicados ao pop rock eram diminutos, este filme foi uma pedrada no charco e tornou-se a única fonte de informação relativamente ao que estas bandas representavam em palco.
‘Urgh! A Music War’ era um filme composto, em exclusivo, por gravações de concertos realizados em 1980, nos Estados Unidos e em Inglaterra (salvo raras excepções), sem qualquer introdução ou contextualização. Produzido por Miles Copeland, as más-línguas rapidamente fizeram circular o rumor que o filme não passava de uma enorme jogada de marketing para projectar a carreira dos Police (Miles era irmão do baterista Stewart Copeland) no apetitoso mercado americano. O facto dos Police serem a única banda a apresentar mais que um tema ao longo do filme (se exceptuarmos a inclusão de um segundo tema de Klaus Nomi durante a passagem dos créditos finais) não ajudou à defesa de Miles.
O desinteresse do grande público e algumas peripécias nunca esclarecidas relativas aos direitos de utilização das canções incluídas no filme acabaram por tornar ‘Urgh! A Music War’ num objecto de culto.
Após uma muito breve passagem nas salas de cinema, o filme foi atirado para o mercado de vídeo. Cheguei a alugá-lo no lendário formato BetaMax e a fazer uma cópia manhosa que se perdeu algures no tempo. Nunca encontrei uma edição em DVD apesar de, atualmente, se poder encomendar uma cópia através da Amazon. Pelo que li algures, a Warner, actual detentora dos direitos do filme, reproduz a pedido. Parece um pouco bizarro, não experimentei, se algum de vocês está familiarizado com o processo agradeço o contacto.
A mesma confusão com a utilização de direitos de bandas que já não existem e editoras que fecharam dificultaram a reedição do duplo-LP. Pelo que sei, nunca existiu edição em formato CD e a edição em vinil de 1981, nos diferentes mercados locais, torna este objecto um exemplar apetecível em qualquer colecção de gente que se interessa por estas coisas.
A edição que vos trago aqui é a que saíu no mercado nacional através da Valentim de Carvalho. Inclui 27 temas, menos 9 do que os incluídos no filme (10 se incluirmos o já referido segundo tema de Klaus Nomi). Ficaram de fora bandas como UB40 ou Dead Kennedys e também 2 dos 3 temas apresentados pelos Police.
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