Capa de vinil sobre tapete vermelho – THE KINKS – KINKS (1964)

‘Kinks’, assim mesmo, sem o ‘The’ que precede o nome da banda, é o primeiro LP do grupo dos irmãos Davies e inclui ‘You Really Got Me’, um dos temas clássicos da banda e uma das canções mais vezes adaptadas (e roubadas) no mundo do garage rock.

Por Jon Marx

Para além de ‘You Really Got Me’, merecem destaque o tema de abertura ‘Beautiful Delilah’, canção escolhida como primeiro single retirado do alinhamento deste álbum e ‘Stop Your Sobbing’, uma canção que se tornaria num clássico menor na versão feito pelos Pretenders e incluída no seu álbum de estreia em 1980.

A capa do álbum apresenta a banda com os quatro elementos vestidos da mesma forma, com um traje formal, uma prática introduzida pelos Beatles por influência do manager Brian Epstein que os forçou a abandonar os habituais blusões de cabedal, imagem de marca copiada aos rockers da década anterior.

Esta forma de apresentar a banda ao mundo nas capas dos seus álbuns de estreia foi usada em diversas outras bandas inglesas da época, como os Rolling Stones, Yardbirds ou Spencer Davis Group. A esta imagem cuidada e um pouco esteriotipada escapam os The Who, um grupo que, curiosamente, nos seus primeiros tempos trabalhou com Shel Talmy, o produtor do LP ‘Kinks’.

Na contracapa aparece um conjunto de notas da autoria de um tal Brian Sommerville, um completo desconhecido para mim. Nessas notas refere-se o curto percurso dos The Kinks, desde a gravação do primeiro single (uma versão de ‘Long Tall Sally’) até ao sucesso com o terceiro 45″, ‘You Really Got Me’, a atingir o topo da lista de vendas dos periódicos britânicos.

As mesmas notas incluem uma pequena descrição de cada um dos músicos, com a breve referência ao baixista Pete Quaife como sendo ‘the quiet one’. Curiosamente, há sempre um ‘quiet one’ nas bandas. Nos Beatles havia George Harrison, nos Stones era Charlie Watts, nos The Who esse papel assentava em John Entwistle e nos Zeppelin era John Paul Jones.

E nos Queen era John Deacon (Nota da redação: pedimos desculpa aos leitores por este momento menos bem conseguido).

O exemplar que vos apresento hoje foi adquirido, por volta de 1980, num alfarrabista da Rua da Torrinha, numa altura em que se compravam discos em alfarrabistas e onde existiam vários por rua. Custou 100 escudos, um balúrdio para um disco em segunda mão, mas compensado pelo facto de ser uma edição original britânica. Apesar de estar em muito bom estado, o anterior dono resolveu dar azo à sua vertente artística e traçou o nome da banda com uma Bic fina escrita normal (piada para idosos) na contracapa.

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