Uma nova edição de Aquele Grande Rio Eufrates, estreia poética de Ruy Belo. Lançada em 1961, foi depois reeditada em 1972 com profundas modificações por parte do autor. É essa a edição que agora se apresenta aos leitores, com prefácio de Fernando J.B. Martinho. Acerca deste livro, escreve o autor no prefácio à edição de 1972:
«É claro, até para mim, que de inocente pouco tenho pelo menos como poeta, que, ao longo de todos estes poemas, certas palavras afloram com maior frequência […]. Citamos, mais ou menos ao acaso e sem a menor preocupação de ordem: morte, deus, folhas, homem, árvore, estações, primavera, palavras, chuva, cidade, manhã, dia, crianças, infância, coração, pássaros, mar. Poesia metafísica a deste livro? Decerto. Mas também – e
não faltou quem o visse e o dissesse e me fizesse tomar consciência disso – poesia do quotidiano, onde de certa maneira sobressai um real que sucessivamente chega até nós, dessa forma humilde e comezinha que convém à realidade».
Sobre o autor
Ruy Belo nasceu em 1933 em S. João da Ribeira. Licenciou-se em Direito e, mais tarde, em Filologia Românica, pela Universidade de Lisboa, obtendo mais tarde o doutoramento em Direito Canónico pela Universidade de S. Tomás de Aquino, em Roma. Entre outras atividades foi crítico literário, jornalista, leitor na Universidade de Madrid e tradutor para português de nomes como Blaise Cendrars, Saint-Exupéry, Lorca e Jorge Luís Borges, entre muitos outros.
Considerado um dos mais importantes poetas portugueses da segunda metade do século XX, faleceu precocemente em 1978.
“Aquele Grande Rio Eufrates”
Ruy Belo
Assírio & Alvim