Uma noite de festa com os Avatar e na companhia dos Veil Of Maya e Kassogtha
Adiado devido às contingências que assolaram o mundo nos últimos anos, aconteceu finalmente em Lisboa o concerto dos Avatar. Se as expectativas eram muitas, no final da noite foram todas, não só correspondidas, como superadas.
Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro
Pela mão da Prime Artists, os Avatar chegaram à capital portuguesa e com eles trouxeram os Veil Of Maya e os Kassogth para, juntos, oferecerem uma incrível noite de música e bom ambiente. Entramos nos LAV ainda com o sol no céu para recebermos os Kassogtha. A verdade é que àquela hora ainda não era muito o público que se encontrava na sala de espetáculos, mas isso não demoveu nem um pouco a prestação dos suíços. Originários de Genebra, desde logo mostraram bem ao que vinham: dar a conhecer a sua música cativando todos os que a isso se dispusessem. E a verdade é que todos os que já se encontravam no LAV foram agraciados com uma prestação cheia de energia e entusiasmo. Lançado nos últimos meses do ano passado, «rEvolve» foi a base e os alicerces do alinhamento da banda, sendo que ao vivo cada tema se presta, e bem, à atuação da vocalista Stephany Hugnin. Na verdade, apesar de ser uma banda a dar os primeiros passos na sua carreira, ali, em cima do palco, os músicos demonstraram bem que são mais do que capazes fazer parte da lista dos grandes nomes da cena mundial do metal progressivo. Martin Burguer e Mortimer Baud, nas guitarras, Valerian Burki, no baixo, e Dylan Watson na bateria são os cavalheiros que acompanham a dama da voz. Certamente que vamos ouvir falar deles, e muito, nos próximos tempos.
Veil Of Maya foram os senhores que se seguiram. Com eles trouxeram ao LAV um metalcore repleto de riffs rápidos e sincopados. Formada em Chicago, a a banda norte-americana viu a luz do dia no ano de 2004. Na origem estiveram os músicos Marc Okubo e Sam Applebaum que no inicio lhe tinham dado um som mais próximos dos deathcore. Passados estes anos, os Veil Of Maya apresentam-se mais com um som a beirar o metalcore, incorporando o progressivo nesta sua nova sonoridade.
«Dance Devil Dance» era o desafio dos Avatar e, de facto, com ele conseguiram deixar um LAV rendido. A música que dá nome ao seu mais recente registo discográfico (lançado em 2023) deu inicio ao concerto e daí para a frente foi sempre a subir, sempre em grande estilo. A banda sueca de heavy metal, formada em Gotemburgo em 2001 tem vindo a granjear uma cada vez maior legião de fãs e depois de estarmos num dos seus concertos percebemos bem a razão: são de facto grandes performers. Anunciado como o maior circo do metal, os Avatar não deixam cair o anuncio em saco roto e conseguem dar um espetáculo que vai muito além da música. Tudo ali foi pensado ao detalhe para surpreender quem está na plateia, desde logo o guarda-roupa e a maquilhagem (impecável, cabe dizer), passando pela pirotecnia. No centro da ação, Johannes, que vestido de ringmaster (a pessoa que anuncia as atrações que integram um espetáculo de circo), acompanhado de chapéu e bengala mostrou ser, não só um performer incrível, como um mestre de cerimónias de mão cheia. Bastante conversador, não se coibiu de “conversar” com o público, o que deu um charme ainda maior de simpatia e proximidade. «Smells Like A Freak Show» e «Hail The Apocalypse» deram o toque final de um concerto que foi muito mais uma loucura alucinante da qual todos saímos de sorriso estampado no rosto. Quem não foi, bem se pode arrepender!