The National no Campo Pequeno e a emoção repete-se pela 17.ª vez
São já 17 as vezes que os The National visitaram Portugal. Cada uma delas é uma festa. Uma festa no sentido de comunhão pois cada pessoa que ali está, está com uma finalidade: ouvir ao vivo as palavras de Matt, absorvendo como seu o impacto de cada silaba cantada, de cada nota tocada.
Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro
Há momentos em que parece que estamos sozinhos num Campo Pequeno completamente esgotado. São os momentos em que parece que a voz de Matt canta só para nós, em que as palavras de cada canção são apenas e somente a nós dirigidas. E isso é tão bom.
Mais uma vez o sentido de comunhão que serve de alicerce à família The National demonstrou estar forte e de boa saúde. Amor, muito amor demonstrou a banda ter pelo seu público, o qual retribuiu com muita dedicação e entrega num concerto intenso e contagiante.
I Am Easy to Find, é o mais recente registo discográfico da banda originária de Ohio, nos Estados Unidos da América e serve ele de ponto de partida a esta digressão. Mas não é ele o ponto de chegada. Esse é Vanderlyle Crybaby, Cry tema de High Violet, de 2010, que foi cantado a cappella numa verdadeira celebração da emoção que os The National trazem à nossa vida.
Pelo meio um alinhamento misto, entre os temas do novo disco e os grandes hits de uma frutuosa carreira não deixaram espaço para grandes pensamentos, só pura emoção. Se já sabíamos que as segundas resultavam lindamente ao vivo, foi uma agradável surpresa perceber que as primeiras lhe faziam companhia. Matt Berninger não se fez rogado e mais uma vez voltou a deixar o público em êxtase, rendido aos seus dotes de grande frontman.
Ao som de “The Day I Die”, Matt lança-se plateia a dentro. Por lá foi recebido com beijos, abraços, lágrimas num misto reverencial bonito de ver no universo da música.
«Caramba, nunca nos fazem isto! Vocês são de facto incríveis», diz Matt quando um Campo Pequeno inteiro acende as luzes dos telemóveis para dar ainda mais brilho a “Light Years”, canção que se seguiu a um set impecável do qual fizeram parte “I Should Live in Salt”, “Pink Rabbits” e “The System Only Dreams In Total Darkness”.
Alligator, o terceiro álbum de estúdio da banda, lançado a 12 de Abril de 2005, deu ao alinhamento “Loooking fo Astronauts”. A ela seguiram-se “Fake Empire”, “Mr. November”, “About Today”, e “Terrible Love”.
Impecável. Para recordar…até ao Rock in Rio Lisboa 2020, altura em que os The National regressam a Portugal para a sua 18.ª visita.
Cá os esperamos, com um belo copo de vinho tinto.