The Magnetic Fields no LAV: muito mais do que 69 canções de amor

Foram buscar o nome ao livro de André Breton, “Les Champs Magnétiques” e é precisamente com um forte magnetismo musical que cativam os nossos ouvidos desde há largos anos. Falamos dos The Magnetic Fields que vieram ao LAV encher o nosso coração de amor (e ironia).

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

Fundados e liderados por Stephin Merritt em 1989, os The Magnetic Fields vivem muito da sua energia criativa, pois é ele que, não só escreve as canções, como as produz e lhes dá voz enquanto vocalista, além de ser multi-instrumentista. Num LAV bastante composto no que a público diz respeito, a banda norte-americana trazia a intenção de deixar em todos gratas memórias, o que efetivamente conseguiram. Ouvi-los fazer desfilar as suas canções é delicioso. Além de músicos exímios, a sua simpatia está sempre presente, assim como a ironia das canções que vão interpretando.

É impossível ouvir os The Magnetic Fields e não ter o cuidado de dar a máxima atenção às letras. Irónicas, por vezes amargas e mesmo sarcásticas, mas sempre bem-humoradas, são o gatilho para os muitos sorrisos que víamos na cara dos nossos companheiros de plateia.

No processo criativo da banda não existem limites. Passamos a explicar: sim, são uma banda rock, não, não são uma banda rock vulgar. Responsáveis pela criação de música conceitual extremamente bem conseguida, trazem uma panóplia de instrumentos que não fazem parte do universo rock: aqui falamos especificamente do ukelele, do violoncelo ou do acordeão. Tudo fica bem, tudo fica perfeito para dar vida a canções também elas irrepreensíveis. Canções que fazem parte de nós, como “The Book of Love” ou “All My Little Words”, ambas do simplesmente maravilhoso “69 Love Songs”, álbum lançado em 1999.

Há algo de especial nos The Magnetic Fields: conseguem trazer em cada canção uma amena musicalidade, mas que acaba por surpreender pelo seu vigor. Um alinhamento cheio de canções preciosas que resultou num concerto que não vamos esquecer, e durante o qual dançámos, rimos e nos emocionámos. Em suma: foi lindo!

Obrigada à House of Fun por esta noite tão especial.

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