PAIN no LAV: uma noite de sonho com Peter Tägtgren
PAIN é o outro lado de Peter Tägtgren, bem conhecido da comunidade do metal pelos seus Hyprocrisy, que nele dá voz a outras paisagens sonoras, como bem explicou na entrevista concedida à LOOK mag dias antes do concerto de Lisboa. Em cima do palco, PAIN é uma explosão de metal industrial que nos deixou (literalmente) a pingar de suor, tal a loucura com que vivemos aquela noite.
Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro
A noite começou com os portugueses Allgema. Edgar Alves na voz, Hernâni Carapinha e André Reis nas guitarras, Alexandre Duarte no baixo e João Pedro Silva na bateria, souberam agarrar a oportunidade de estar ali, em cima do palco, numa noite tão especial e deram tudo para que o público os guardasse na memória. E se bem o tentaram melhor o conseguiram como uma prestação intensa que mostrou do que são capazes estes cavaleiros das sombras. A entrega com que Edgar toma os comandos do microfone é verdadeiramente digno de nota: a atuação desenfreadamente intensa, faz com que não consigamos despregar os olhos dele. O colete de forças com que se apresenta nem por instantes diminuiu a energia que o vocalista transmite, antes pelo contrário, dava-lha a força visual que de forma impactante todos guardamos na retina. Aposta ganha para servir de entrada numa noite de elevadíssima qualidade musical.
Já tínhamos vistos os Oceans o ano passado, sendo que esta segunda vez serviu para cimentar aquilo que achamos deles: são muito bons, e ponto final. A simpatia de Timo podem comprová-la na entrevista que fizemos com ele dias antes do concerto (aqui). No palco, a simpatia transforma-se numa força quase demolidora que chega até ao público na forma de um rasgo de contagiante energia. Quem não os conhecia ficou rendido e quem já os tinha vista obteve a confirmação da qualidade vocal de Timo e da qualidade musical dos músicos que com ele dão vida e forma à banda. Tendo a perfeita noção de como cativar a audiência, Timo mostra-se imparável, não só nos movimentos constates como na abordagem ao público, o qual se foi entregando ao som dos Oceans até um final digno de referência.
Com a entrada em palco dos PAIN já a energia estava no auge, com os fãs literalmente em pulgas (nós incluídos). A figura carismática de Peter surge tal qual uma imagem etérea que ali ganha contornos de verdadeira mas inatingível. A postura do vocalista impressiona tal a intensidade com que não só toca, como interpreta os temas. O olhar penetrante do músico consegue chamar a atenção de quem está perto do palco, como foi o nosso caso. Não é possível estar quieto enquanto de cima do palco jorra uma torrente voltaica de energia industrial. Tal como já nos tinha revelado em entrevista, Peter foi fazendo desfilar um alinhamento de luxo, preenchido por temas antigos e outros mais atuais, mas todos bem conhecidos do público, ou melhor, dos fãs, pois foi exatamente disso que se tratou, um concerto para os fãs. Não descurando a parte cénica da apresentação, Peter e companheiros mudaram várias vezes de outfit durante o concerto, numa evidente complemento visual á música que iam interpretando: o resultado? Perfeito! A interação entre os elementos da banda foi evidente e a ligação entre eles e nós, meros mortais rendidos à sua arte, foi constante. No final, foi com um sorriso no rosto e a transpirar, culpa da muita dança, que saímos do LAV felizes e ainda de melhor com a vida, pois são momentos como estes que lhe dão ainda mais valor.
Allgema
Oceans