O regresso dos malditos Brujeria a Lisboa numa festa alucinante

Noite chuvosa serviu de cenário ao regresso dos Brujeria a Lisboa. Um concerto impressionantemente alucinante que contou com a abertura de dois importantes nomes nacionais: os Besta e os Holocausto Canibal.

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

A festa começou logo com os Besta. Perante uma plateia que se foi preenchendo ao longo da atuação, os portugueses depressa mostraram ao que vinham. Liderados por Paulo Rui, um verdadeiro animal de palco, destilaram o seu som poderoso por cima da nossa cabeça tal bênção em dia de comunhão. Imparável, o vocalista mostra-se como a força motora da banda, sendo que cada um dos seus companheiros se apresentam como os módulos perfeitos de um mecanismo imparável e bem oleado. Nada falhou, tudo certo do principio ao fim. Ricardo Matias, Rick Chain, Paulo Lafaia e Paulo Rui são os Besta e com eles trouxeram um rio de grind que inundou o RCA.

A celebrar 25 anos de vida, os Holocausto Canibal foram os senhores que se seguiram. Com uma história bem firmada no mundo da música pesada nacional, Zé Pedro e seus comparsas mostraram porque ao fim de todos estes anos têm tantos e tão fiéis seguidores. O poder do seu som avassaladoramente dominador, derrama-se pelo corpo e ouvidos do público que, magnetizado, acompanha sincopadamente os movimentos dos músicos de olhos pregados no palco. Com um alinhamento coeso, o coletivo soube agarrar a plateia que ia mostrando ao que vinha, ou seja, para ver os Brujeria.

Pois, foi precisamente com a sua entrada em palco que literalmente o público enlouqueceu, transformando o RCA num ringue de algo parecido entre uma mistura de wresteling com artes marciais. Com um passado onde o mistério serviu de pano de fundo à sua divulgação, os Brujeria mantém a alucinante energia que tanta fama lhes trouxe e à qual já tínhamos assistido, ali, precisamente na mesma sala da capital. Apesar do conceito e todo o imaginário das letras da banda ser tudo menos feliz, a verdade é que ao vivo a alegria é uma constante. Se em cima do palco percebia-se bem que os músicos estavam descontraídos e bem dispostos, apesar de estarem de cara tapada (menos Pinche Peach), do lado de cá a animação quase sem estribeiras revelava a entrega e a ansiedade que os fãs sentiam em receber outra vez uma das suas bandas de eleição. Visitando temas mais recentes, obviamente que a loucura foi total com «Matando Güeros». Por esta altura, todos parecíamos saídos de um banho, tal o calor humano que se fazia sentir no interior do RCA. Para o fim, estava programado o culminar da festa com «Marijuana», adaptação dos Brujeria do famoso tema «Macarena». Esta foi, de facto, uma noite para nunca mais esquecer!

Besta

Holocausto Canibal

Brujeria

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