Moonspell celebram 30 anos em noite de festa e convidam Samael para apagar as velas
Os Moonspell celebraram 30 anos de feitiço com uma digressão internacional que terminou em território nacional com dois concertos, um no Porto e o outro em Lisboa, ao qual tivemos o privilégio de comparecer.
Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro
São já muitos os concertos dos Monspell a que assistimos, mas o do passado dia 01 teve um gosto muito especial, pois nessa noite celebrámos todos em comunhão três décadas de música em que a voz de Fernando Ribeiro foi a nossa guia e a lua a nossa fiel companheira. Três décadas de vida de uma banda que já precisa de palavras que a descrevam pois para sempre aquela que carregou o porta estandarte da música metal nacional até ao estrangeiro. Três décadas de muito trabalho a desbravar preconceitos e a alimentar de sonhos uma matilha que não pára de crescer e que a cada chamamento demonstra um amor cada vez mais forte à sua banda de sempre.
Foi de emoção que se fez a noite, cujo alinhamento foi todo ele escolhido pelos fãs, pelo que não é de espantar que a as músicas fossem entoadas a uma só voz, num exercício de partilha que só os mais devotos vão conseguir entender. As duas horas de concerto foram quase como um passeio pelos grandes momentos da história da banda mas serviram de pano de fundo para o que aí vem, para um futuro que deseja igualmente auspicioso. É precisamente por isso que os fãs anseiam, garantindo desde já que não vão deixar de pertencer à matilha dos Moonspell e que com eles vão continuar a uivar à lua.
A abrir o concerto estiveram os Samael. Verdadeiras lendas vivas do metal extremo, os suíços deram uma concerto perfeito. Se a 31 de outubro, no Coliseu Porto Ageas, interpretaram na íntegra o LP clássico “Ceremony Of Opposites”, editado em 1994 e que marcou o culminar da primeira fase de uma carreira sempre em mutação, com o seu dark metal avassalador, no dia seguinte, 01 de novembro, o quarteto tocou do primeiro ao último tema o álbum “Passage”, de 1996.
Ficámos com penas de não ver o concerto do último dia de outro pois sentimos falta daquele black metal que tanta fama lhes deu. Mas a verdade é que no dia 01 de novembro tivemos a sorte de assistir in loco a um absoluto espetáculo de força e poder com a interpretação do disco que deu o pontapé de partida para a incorporação de sons mais industriais na música do quarteto. É de tirar o chapéu a uma banda que consegue com classe e qualidade dar um verdadeiro twist ao som que pratica, o que no caso dos Samael revelou uma amplificação da sua criatividade musical, levando o coletivo para áreas até então (1996) pouco ou mesmo nada exploradas.
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