Clark apresentam álbum "Bipolar"

Cartão de Identificação
Local de nascimento: Portela, concelho de Loures
Data de nascimento: Cerca de 1994
Filiação: Táxi Driver
Nome: Clark
“Bipolar” é o nome do último trabalho dos Clark, banda que encara este terceiro álbum com o entusiasmo de um primeiro. Ao som das guitarras, a música dos Clark mistura influências de vários géneros, do rock, ao pop, passando pelo indie. As letras chegam até nós ora em inglês, ora na língua de Camões, mas nunca perdem o rumo, mantendo o enfoque no conteúdo e na qualidade. A propósito do lançamento de “Bipolar” falámos com alguns membros da banda.
Não resisto a começar por perguntar porquê Clark? São fãs do Super-Homem?
É uma questão que já nos foi colocada por diversas vezes. Na verdade o nome surgiu de forma bem mais simplista e resumiu-se a uma escolha de entre um conjunto de palavras que colocámos em papel e nas quais tentámos encontrar algo que nos identificasse ou que de algum modo se adequasse às nossas características enquanto pessoas e músicos. Nesse caso, pode dizer-se que ao adoptarmos Clark para nome relevamos a personalidade normal do homem em vez da de super-herói.
Por outro lado, ao olharmos para a história da banda, e pensando em alguns episódios caricatos e/ou bizarros que nos foram acontecendo e no modo como os encarámos, também a “Lei de Clark” que, basicamente, diz que Murphy na “Lei de Murphy” é um optimista (a tal lei que diz se houver uma hipótese de algo correr mal então vai correr mal de certeza) parece ser uma foto desta banda. Sempre enfrentámos as adversidades com algum humor. Por isso as apelidamos (às adversidades) de Fellinis.
Táxi Driver deu origem à banda actual. Quais as diferenças que as separam?
Desde logo o tempo passado…cerca de 15 anos. Os protagonistas da banda amadureceram e envelheceram. A música que fazem, no entanto, foi-se renovando, também para não se datar, mas porque fomos colhendo informações e influências do que vai sendo feito dentro e fora do nosso país e pela experiência acumulada de trabalhos em estúdio com diversos produtores. No entanto, a formação base mantém-se, só o Sérgio Delgado teve de sair no ano passado por se ter tornado DJ a tempo inteiro.
Falem um pouco de cada um de vocês…
(Marco Carvalho, guitarra) Chamo-me Marco e sou o guitarrista dos Clark. Sou o único louro da banda. A música que fazemos tem tudo a ver comigo, pois trata sempre de estados de espírito, vivências ou emoções que estão bem presentes na minha vida.
O álbum “Bipolar” representa bem o meu estado de espírito actual pois tenho variações constantes de humor e comportamento… mas todos nos somos um pouco bipolares… Espero que as pessoas gostem tanto do álbum como eu, havendo neste, temas capazes se agradar a “gregos e a troianos”.
(Miguel Sapateiro, baixo) Chamo-me Miguel Sapateiro e sou o baixista dos Clark.
Gosto bastante de música, aprecio vários estilos musicais, adoro especialmente compor e gravar. A minha relação com a música começou aos 15 anos, passei por várias bandas, sou um dos membros fundadores dos Clark (ex “benjamim”), e, talvez, o mais tímido.
(Filipe Chaves, bateria) Sou o Filipe Chaves e toco bateria nos Clark, sendo que detenho o posto de “benjamim” do grupo. Gosto de muita música diferente e também de tocar muita música diferente, realidade que me fez abraçar os Clark como o grupo de originais pop/rock que não tinha e me faltava. Comecei a estudar música a partir dos oito anos de idade tendo passado por vários instrumentos e bastantes professores, tais como Carlos Miguel, Zé Moreira, Vasco Gomes ou Guilherme Marinho (entre outros). E aqui estou agora, pronto para o rock!
(João Alexandre, voz e guitarra) Já agora, sou o ancião dos Clark. Indivíduo bipolar (espero… que sem assumir a forma de doença) que coloca a música acima de outros interesses e paixões, com poucas exclusões, idealista q.b. sempre em busca das canções pop perfeitas, que raras vezes acontecem.
Amo o trabalho de estúdio, de dar forma as canções e de escutar a sequência dos resultados, tal como amo o lado “live”, de dar a conhecer o trabalho a pessoas que não o conhecem. Amo o contributo que outros músicos, outras orelhas e outras ideias podem dar às nossas músicas.
Ando por estas bandas há mais de 30 anos com interregnos, falsas partidas e rearranques. Há quem chame a isto fracasso…eu quero acreditar que será persistência…
Podemos afirmar que “Bipolar” é praticamente uma edição de autor? Tiveram algum tipo de apoio?
100% edição de autor. Sem apoios e sem que tivesse havido da parte dos Clark uma busca desesperada por esses apoios. O facto de termos um estúdio dá-nos alguma independência nesse sentido e a experiência anterior em duas editoras não nos fez concluir que um apoio do género seria indispensável nos tempos que correm. No entanto, não somos arrogantes e procuramos um contínuo apoio dos media (rádios, televisão, comunicação escrita e online). Não queremos estar sós nesta aventura e todas as formas de divulgação são muito importantes.
Como foi gravar com Nuno Roque, produtor/técnico que já trabalhou, entre outros, com Os Golpes, Sérgio Godinho, Neil Hannon ou Death in Vegas num estúdio tão afastado dos habituais centros onde se faz música (o estúdio Coutada do Som fica nos arredores de Benavente, no distrito de Santarém)?
Foi muito bom…e tenso por vezes, também. O facto do João Alexandre ser irmão do Nuno Roque levou a isso…
O Nuno tem o seu grau de exigência pela experiência acumulada e o tipo de músicos com quem já trabalhou, por isso não houve lugar a facilidades. E ainda bem. O contributo dele no trabalho final e em alguns dos temas foi decisivo e os Clark estão contentes com o resultado
Nos 10 temas que integram o álbum nota-se um grande cuidado ao nível dos arranjos e das letras, esta dualidade é importante para vocês?
Muito importante e também por isso tantas vezes nos questionamos e acabamos por atrasar o trabalho. Procuramos muito, talvez em exagero, este ou aquele instrumento para lhe dar o toque especial e esta ou aquela palavra para nos distanciarmos do que não queremos. Esperamos que não seja em vão
Sente-se um forte sentimento urbano nas vossas composições, onde vão buscar inspiração para criar?
Fomos criando temas com ligações urbanas as quais pretendemos baseadas nos sentimentos e nas emoções das pessoas por recriarem momentos de tensão e/ou contradição tão características da cidade. O que não quer dizer que não tenhamos igualmente a tentação do bucólico em determinados momentos.
Quais as vossas principais influências?
Ui…difícil… A resposta varia consoante o estado de espírito ou a hora do dia. Acho que existe uma matriz nos Clark de indie/pop/rock com toda a largura que isso acarreta.
Estou a escutar por estes dias os últimos trabalhos de dEUS, M83 e Washed Out…mas a repercussão que isso tem na nossa música já não sei…com certeza que alguma e em cada músico dos Clark há um turbilhão de registos e influências
Onde e quando vamos ter a oportunidade de ver “Bipolar” ao vivo?
Confirmado está o Musicbox dia 6 de Março, mas contamos ter um concerto em Lisboa ainda antes disso (a confirmar a qualquer momento), em diversas FNAC e mais alguns concertos a confirmar em Fevereiro.
NOVIDADE: Clark apresentam “Bipolar” ao vivo num concerto dia 25 de Fevereiro no Cinema São Jorge
www.myspace.com/clarkpt
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http://www.youtube.com/user/Clarkpt/videos
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