Cinco dicas para tirar fotografias incríveis na neve
Frio intenso e paisagens intensamente brilhantes – por mais que sejam deslumbrantes, conseguir a foto perfeita na neve pode ser um desafio até mesmo para os fotógrafos mais experientes.
Depois de percorrer as paisagens glaciais do Ártico cinco vezes, Paolo Verzone, embaixador da Canon e várias vezes vencedor do Prémio World Press Photo, é sem dúvida um especialista no assunto.
Paolo Verzone partilha connosco as suas cinco dicas sobre como capturar aquela foto que sempre quis, neste inverno.
Planeie com tempo para proteger o seu equipamento!
“Hoje em dia, muitos dos materiais fotográficos já são à prova de água, mas ainda assim é importante ter uma ideia clara sobre como proteger os seus equipamentos antes de sair para a neve. Para mim, isso significa evitar usar a câmara ao pescoço ou segurá-la nas minhas mãos. Geralmente, a sensação de calma e tranquilidade que se tem quando se está na neve não nos faz pensar nestes pormenores, mas não se deixe enganar. Já caí na neve vezes sem conta, nunca consigo ver as valas! Para evitar danificar o equipamento de forma irreversível, coloque-o numa mochila pequena e viaje com ele protegido dessa forma, e pegue nele apenas quando tiver uma visão clara da imagem que quer capturar.”
Calce botas à prova de água e explore
“De todas as vezes que visitei o Ártico, há um conselho que fica sempre comigo – é sempre necessário que estejamos prontos a adaptar-nos. Explore com antecedência – tente compreender o ambiente que o envolve e não coloque pressão em si mesmo para obter aquela imagem. É isto que faz com que as fotos que tiramos na neve sejam únicas e se destaquem. Aproveite a oportunidade para explorar ângulos diferentes, a iluminação e várias posições, sem ter uma câmara na mão e confie na sua visão. Quando chegar a hora de tirar a fotografia, não importa o clima que faça, esteja preparado e tenha uma visão da narrativa que quer construir. Depois, a tarefa de criar a história que a fotografia precisa está nas suas mãos e na paisagem envolvente.”
Dedique-se à “blue hour”
“Quando toda a gente está confortável no quentinho das suas casas, ou a trabalhar, durante o inverno, a “blue hour” torna-se num dos segredos mais bem escondidos da natureza. Na minha opinião, algumas das imagens mais deslumbrantes que já captei foram tiradas uns minutos depois do pôr do sol. O céu enche-se de cores fantásticas – rosas, laranjas, amarelos – e oferece à sua foto a justaposição perfeita com o chão branco gelado. Consegue captar o último brilho da neve mesmo antes de a luz se extinguir, e é nessa altura que a paisagem se transforma em algo mais e pode tirar uma fotografia absolutamente fascinante.”
A paciência é fundamental – pense duas vezes!
“Quando acorda e descobre que nevou pela primeira vez nesse inverno, é quase impossível não se deixar encantar pelo ar intocado e limpo que tudo à sua volta ganha. Claro, enquanto fotógrafo, a sua primeira reação é pegar numa câmara e sair para a rua, mas deve resistir! Quando penso no tempo que passei no Ártico, lembro-me que estava completamente estupefacto com tudo aquilo – estava determinado em tirar fotografias a tudo, imediatamente. Mas na verdade, dois dias depois de lá chegar, aquilo que tinha tirado eram fotografias apenas banais. Então, a minha solução? Limitar-me a mim mesmo. Quando der por si pensar “aquilo vai dar uma boa fotografia”, pense duas vezes. Questione-se sobre que aspetos quer destacar, e de que ângulos – e então tire as fotografias e avance. Foi dessa forma que consegui alguns dos meus trabalhos mais dinâmicos e cativantes na neve.”
Confie no seu trabalho e em si mesmo
“Não vai querer passar muito tempo ao frio e à chuva a trocar as lentes, quando há o risco de poder deixar cair o equipamento e o danificar. Antes de sair, recomendo que prepare desde logo a sua câmara com a lente que pensa que vai precisar. Quando estive no Ártico, eu preparava duas câmaras – a combinação da Canon 5DS R com a 5D Mark IV funcionava perfeitamente. Confiava absolutamente em ambas.
Quando estiver na neve, um conselho algo surpreendente que lhe posso dar é para simplesmente confiar que a sua câmara tem a exposição correta – não tente compensar e fazer a mais ou a menos. Tire algumas fotografias de teste e use o seu ecrã digital para decidir se precisa de mudar algo. As fotografias estão demasiado iluminadas? Quão nítida está a sua paisagem? A imagem reflete, ou até aumenta, a beleza que está a ver? Se tiver que compensar, tente evitar a subexposição, pois pode criar complicações mais tarde, quando as suas imagens estiverem prontas para ser reveladas e impressas.”
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