Sambas e canções de Chico Buarque, Ivan Lins e Luiz Gonzaga ganham releituras despojadas, ao lado de belas composições próprias.
Tomara que a mediocridade da cena atual da canção brasileira não seja capaz de esconder essa artista tão talentosa e promissora.
Uma das surpresas mais animadoras do ano, afirma Carlos Calado, crítico musical da Folha de S. Paulo.
Andrea dos Guimarães nasceu em Minas Gerais, radicou-se em São Paulo, começou a estudar piano clássico muito nova, com a sua mãe. O seu pai foi a sua primeira inspiração no canto. Bacharel em Música Popular e Mestre em Música pela Universidade Estadual de Campinas, é professora universitária. Apesar do seu disco de estreia a solo, Desvelo, ter sido lançado em 2015, o processo de composição começou muito antes, em 1998, arranjo a arranjo. Decidiu gravar um disco a solo porque tinha vontade antiga de cantar acompanhando-se ao piano. O álbum foi muito bem recebido pela crítica brasileira e Andrea apresentou-o em muitos palcos ao longo do país. Também esteve em Portugal e Espanha numa curta digressão de lançamento do disco que, em Lisboa, a levou ao Hot Club e ao café bar Duetos da Sé. O concerto desta noite também se constrói em torno do Desvelo, onde Andrea interpreta, com voz suave e arranjos delicados, canções muito conhecidas – Começar de Novo, Retrato em branco e preto, Acalanto ou Ela desatinou – de compositores e letristas como Ivan Lins, Tom Jobim, Chico Buarque, Milton Nascimento, Edu Lobo, mas também músicas suas ou mesmo uma de Björk.
Andrea dos Guimarães integra há 14 anos o trio Conversa Ribeira, que se dedica à música caipira (a do centro-sul do Brasil, principalmente do interior dos estados de São Paulo e Minas), e de 2007 a 2013 fez parte do Garimpo Quarteto, banda de música improvisada. O ensino, a investigação musical, a música tradicional e a sua antítese, a música improvisada, tudo isto contribui para a criar a personalidade artística de Andrea.
Andrea dos Guimarães
17 de setembro
Culturgest
Grande Auditório
21h30
18 euros; 5 euros (jovens até aos 30 anos e desempregados)