À conversa com Bússola

Estivemos à conversa com Pedro Santo, dos Bússola, que nos revelou a essência do projeto, bem como quais os desejos da banda de Leiria para 2016.

Como e quando nasceram os Bússola?
Bússola nasce no verão de 2013, numa altura em que regressava à cidade de Leiria. Trazia comigo um conjunto de canções na guitarra que achei que faziam sentido trabalhar como banda. Assim, gravei uma pequena demo e convidei a malta para montar este projeto.

Como foi o percurso de cada um até chegarem aqui?
Todos nós temos um vasto percurso musical com inúmeros projetos em diversos géneros musicais. O Tiago e Adelino vêm da escola do jazz.. O José vêm do rock mas já fez parte de vários projetos que vão desde a eletrónica ao punk rock. O Nuno Rancho conta com várias edições de autor e mais recentemente com o projeto Few Fingers. O meu percurso também passou por bandas quando era mais novo sendo que nos últimos anos tenho trabalhado como compositor para vídeo jogos e outros formatos media.

Com percursos e backgrounds tão distintos como é que tudo isso se encaixa nos Bússola?
Passamos muito tempo a experimentar e a trabalhar as composições, e demorou algum tempo até nos encontrarmos como banda. Hoje temos uma visão bastante mais clara da nossa identidade e do nosso registo musical.

Porquê o folk? O que tem este género musical de tão especial que vos tenha cativado?
O folk estava na génese daquelas primeiras canções na guitarra que impulsionaram a formação da banda. Foram as canções que ditaram o nosso início e que marcam parte da nossa sonoridade.

Quais as vossas maiores influências?
É bastante difícil nomear todas as nossas influências, pois todos nós vimos de estilos de música destintos. Contudo, acho que o folk e o indie rock reúne o consenso de todos.

De onde vem o vosso nome?
Bússola, não no sentido geográfico do termo, mas como orientação ou sentido de vida, é um conceito interessante e que liga bem com o período abordado em algumas das nossas primeiras músicas. Havia vários nomes em estudo, mas na altura Bússola foi o nome que mais agradou a todos.

É importante não perder o Norte?
Muito importante (risos).

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Serve este EP de aperitivo para um futuro álbum de originais?
Sem dúvida. É um cartão de apresentação, sendo que contamos lançar um LP para o próximo ano.

“Come Home” ganhou destaque de single de estreia da banda e teve uma aceitação notável por parte tanto da critica como do público. Tinham a noção de que isto poderia acontecer?
Não, de todo. “Come Home” foi a segunda música que acabámos e tudo o que se seguiu após a sua publicação foi inesperado. Tínhamos apenas alguns meses de ensaios e não estávamos de todo à espera.

Primeiro “Leiria Calling”, depois os Novos Talentos FNAC. Foi importante fazer parte destas duas compilações?

Foi certamente para nós um grande motivo de orgulho termos sido escolhidos para fazer parte de ambos os discos.

De que forma se desenrola o vosso processo criativo? Há tarefas específicas para cada um?
Muitas das vezes existe uma ideia que parte da guitarra e algumas linhas condutoras para os arranjos. Outras vezes isso não acontece de todo. Acho que não temos uma forma de trabalhar que seja comum a todas as músicas e depende sempre do tema em que estamos a trabalhar.

Há uma certa nostalgia nas vossas composições, algo que nos faz parar…sentir…recordar…Concordam?
Sim. A maioria dos temas são reflexões sobre momentos passados e essa componente está presente em muitos dos nossos temas.

É em cima do palco que os Bússola ganham asas?
Julgo que a nossa música se transporta de forma diferente ao vivo. São canções intimas e honestas e que ganham outra presença quando interpretadas ao vivo.

A harmonia que conseguem entre os vários instrumentos é, aos nossos ouvidos, perfeita. Como é que se consegue uma harmonização como esta?
Ficamos muito gratos com o elogio, mas não existe um método ou uma receita para o que fazemos. A harmonia é talvez a parte mais importante da nossa música e esta acontece com naturalidade.

A voz destaca-se como a cereja no topo do bolo. Há nela algo de íntimo e intenso. O que é de facto curioso quando sabemos que fazias bandas sonoras para vídeo jogos.
Os jogos ou a composição para media vive num universo diferente do de Bússola. Bússola é um registo intimo e pessoal e dai tento, melhor ou pior, dar voz às histórias que as canções abordam.

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Onde e quando vamos ter ocasião de ver os Bússola ao vivo?
Temos algumas datas em estuda, mas nada de concreto para já. Se tudo correr bem vamos estar no Porto em breve.

O ano que vem vai ser forte em festivais de música. Gostavam de fazer parte de algum em especial? Porquê?
Não existe nenhum em especial, mas seria fantástico podermos estar presentes nos festivais de verão.

Como analisam o universo musical da vossa cidade, sempre tão produtiva a dar novos valores à música nacional?
Penso que existem dois fatores fundamentais para que tal aconteça. O primeiro é que Leiria conta de facto com um grande número de projetos musicas de grande qualidade. O segundo fator são as entidades que se esforçam na divulgação e promoção não só da música mas como das diferentes correstes artísticas. A nossa editora Omnichord é um excelente exemplo disso mesmo.

Vinil ou CD? Porquê?
Vinil. Nos dias que correm a música dispensa um formato físico. Contudo o vinil é um suporte bem mais interessante como objeto de coleção.

Quais os vossos desejos para 2016?
Que a nossa música chegue às pessoas, que possamos ter a oportunidade de tocar em boas salas e, por fim, que tudo corra bem e que consigamos ter em 2016 um grande álbum.

Por: Sandra Pinto

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