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Entre raiva e beleza: Deafheaven amanhã ao vivo na República da Música, em Lisboa

A lenda do blackgaze está de volta. Os Deafheaven, banda de São Francisco formada em 2010 por George Clarke (voz) e Kerry McCoy (guitarra), chegam a Lisboa amanhã, dia 23 de novembro de 2025, para um concerto na República da Música, em Lisboa. Depois de mais de uma década a desafiar os limites do metal, prometem uma noite intensa, emocional e inesquecível.

Uma história de reinvenção

O início dos Deafheaven foi humilde. Clarke e McCoy gravaram a primeira demo com equipamento emprestado, mas a ambição era clara: criar algo que ultrapassasse os limites do black metal. “O nosso leque é demasiado extenso para nos limitarmos a um estilo… estamos sempre a mudar, nenhum riff se repete”, disse Clarke. Desde então, a banda tem vindo a evoluir, sempre fiel à sua autenticidade. O nome “Deafheaven” reflete essa dualidade: uma combinação simbólica entre o silêncio e o éden, inspirada pelo shoegaze, mas também numa homenagem a bandas como os Slowdive.

Do som cru ao sucesso mundial

O primeiro álbum, Roads to Judah (2011), narra uma fase turbulenta da vida de Clarke, entre vícios e excessos. Com Sunbather (2013), tornaram-se referência mundial do blackgaze, equilibrando agressividade e melodia de forma magistral. Clarke admite: “As pessoas que se preocupam com a nossa aparência ainda têm muito que amadurecer.” E sobre a música, acrescenta: “É ótimo ter esta música poderosa, mas quero levar algo mais além. Quero que seja autobiográfica, extremamente pessoal. Se não der tudo de mim ao ouvinte, tanto eles como eu poderíamos sentir-nos enganados.” New Bermuda (2015) e Ordinary Corrupt Human Love (2018) reforçaram a sua reputação e até lhes valeram uma nomeação ao Grammy. Com Infinite Granite (2021), experimentaram vocais limpos e camadas sonoras mais melódicas, mas em 2025, com Lonely People With Power, voltaram à intensidade que os define. Clarke resume: “Fazemos o que queremos porque a nossa ética toda é a honestidade.”

Uma voz fora do coro

Além da música, Clarke defende a diversidade no metal: “O underground precisa de deixar que as perspetivas e histórias de outras pessoas sejam contadas.” Quanto à crítica inicial de serem “falsos” ou não pertencerem ao metal tradicional, respondeu com naturalidade: “Não sinto necessidade de defender os meus gostos. Gosto das coisas que gosto e pronto.” Ao vivo, a promessa é clara: “Vai ser alto, intenso e uma experiência muito emocional.”

Lisboa preparada para a intensidade

O concerto de amanhã em Lisboa contará também com Portrayal of Guilt e Zeruel, num cartaz que promete ser poderoso e memorável. As portas abrem às 19h30, com os Deafheaven previstos para subir ao palco por volta das 22h00. A escolha da República da Música reforça a intimidade e a intensidade da experiência, criando um ambiente perfeito para sentir toda a profundidade sonora da banda.

Os fãs portugueses terão assim a oportunidade de viver a fusão de agressividade, melodia e emoção que define os Deafheaven, num concerto que certamente ficará na memória. É a noite ideal para testemunhar ao vivo como uma das bandas mais influentes do metal contemporâneo continua a reinventar-se, sem nunca perder a intensidade que sempre os caracterizou.

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