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The Kills em nome do rock

Chegaram ao Coliseu de Lisboa com o objetivo de apresentar “Ash & Ice”, o seu quinto álbum lançado este ano. Pelo meio, arrasaram com tudo e com todos. Falamos dos The Kills que roubaram a alma a quem com eles partilhou aquela noite tão especial.

Quando anunciados há uns anos como um dos cabeças de cartaz de um festival de verão, foi-nos dificil conter a emoção. Agora, anos depois, é a mesma ansiedade que nos invade o corpo quando subimos as escadas do belíssimo Coliseu de Lisboa para rever o duo mais dinâmico da atual cena rock.

Chegam ao palco e uma torrente de emoções brota no nosso coração. Entre os movimentos declaramente sexy de Alison Mosshart e a guitarra soberba de Jamie Hince estamos nós, os fiéis seguidores da sua música. Perdidos por entre a eléctrica descarga que cuspida do palco nos inunda de energia, ali ficamos, de olhos pregados naquelas duas pessoas que desejamos fiquem para sempre ao nosso lado.

É a mais pura alma do rock aquela que enche o Coliseu. Alison apresenta-se como o terceiro lado da tríade feminina do rock. Se de um lado temos uma doce PJ Harvey e do outra a sónica Kim Gordon, Alison apresenta-se como a fera que transporta em cada passada, em cada verso cantado a força que faz do rock a música que nos preenche eternamente.

De guitarra na mão Jamie Hince não dá descanso aos nossos timpanos, fazendo com que estes se apresentem sempre atentos para que não percamos nada, pois as suas mãos demoíiacas arrancam notas do além daquelas sacrificadas cordas. Impossivel parar, cada músculo do nosso pequeno corpo se movimenta ao som deles. Pelos nossos poros, o suor apresenta-se como a testemunha visivel deste affair declarado e permitido. Entre nós e os The Kills não há segredos. Conhecemos os trejeitos de leoa de Alison, o seu head banging sensual que nos apetece copiar, mas que não arriscamos fazer.

Cada música apresenta-se intensa perante um Coliseu bastante interessante no que diz respeito a público. E não podia ser de outra forma. Por entre músicas do último trabalho, os grandes clássicos apareciam para nos trazer memórias cheias de emoções intensas, aquelas que juntas dão consistência àquilo que somos.

Na primeira parte atuou a dupla feminina Georgia. Dedicada a músicas mais “urbanas e atuais”, o duo mostrou-se sinceramente feliz pela oportunidade de ali estar, “I’ve got you Lisbon”, ouvia-se do palco, devidamente apreciado cá de baixo, da plateia.

A britânica surgiu acompanhada de Hinako Omori e baseou o seu alinhamento no último registo homónimo, dando provas de que chegou para ficar.

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

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