Super Bock Super Rock 2014 Dia III
E ao terceiro dia o sol apareceu com todo o seu esplendor para abençoar a edição do festival que alia praia, calor e rock and roll. Para este último dia da edição 2014 estavam agendados alguns dos concertos que mais queríamos ver e nenhum, mas nenhum nos dececionou.
Tributo a Lou Reed
Convidado pela organização do evento para assinalar de forma especial as 20 edições de Super Bock Super Rock, Zé Pedro abriu as hostilidades musicais no Palco Super Bock. Mas não esteve sozinho. A acompanhá-lo um conjunto de músicos que juntos deram vida ao tributo ao grande Lou Reed, desaparecido em finais de 2013. Homenagem que não viveu apenas de música, pois à medida que o concerto se ia desenrolando, o artista plástico Miguel RAM criava uma peça de street art alusiva ao músico norte-americano, a qual ficará exposta no Porto, na Casa da Música.
A acompanhar Zé Pedro a sua outra banda, os Ladrões do Tempo, juntando-se a eles Lena d’Água, Paulo Furtado, João Pedro Pais e Jorge Palma. Do alinhamento fizeram parte interpretações de muitas canções escritas por Reed a solo, mas com o enfoque recaiu sobre as que criou com os míticos Velvet Underground.
Albert Hammond, Jr. > The Kills
Eram poucos os que se encontravam na frente do palco principal do evento para receber o guitarrista dos Strokes facto que levou o músico a referir-se ao público como «uma plateia intimista». Albert Hammond, Jr. Mostrou-se á vontade mas nunca descolando da influência dos Strokes. «Everyone Gets a Star» e «Back To The 101» chamam a atenção do public, sendo que o ponto alto da sua actuação foi a interpretação de «Ever Fallen In Love (With Someone You Shouldn’t’ve)», dos Buzzcocks.
Mas se de emoções se fez esta derradeira noite da 20.ª edição do Super Bock Super Rock no nosso caso o auge foi mesmo quando bem encostados à frente de palco nele vimos entrar os Kills. Sabem aquela expressão, aguenta coração? Pois foi mesmo isso que repetimos para dentro vezes e vezes sem conta. Se as nossas expectativas eram elevadas, Alison Mosshart conseguiu superá-las a todas, tal a intensidade com que aquela verdadeira fera de palco atacou a noite, a música e o público! Praticam um rock visceral, daquele que nos troca as voltas e enche a alma. Enchem os nossos ouvidos com orgásticas melodias que nos deixam literalmente no céu! Quanto à plateia nem todos se mostraram tão recetivos à música da banda, percebemos depois que marcavam lugar para as bandas que se seguiam no alinhamento musical da noite.
Dead Combo > Oh Land
Por muitas vezes que os vejamos atuar ao vivo a verdade é que nos emocionamos sempre, e saímos de cada concerto a achar que os Dead Combo são formidáveis! Tal como noutras ocasiões, Tó Trips e Pedro Gonçalves subiram a palco acompanhados por Alexandre Frazão na bateria e a magia voltou a acontecer. Sim, é d emagia que se trata quando os Dead Combo tocam. Das suas mãos saem melodias que nos transportam para outros tempos, para outros lugares, para outras vidas. Cada nota ganha por aquelas bandas rasgos de perfeição dando corpo a temas que mesmo sem voz cantam e encantam. Êxtase total e completo, e mais o público não podia pedir! Mais sobre os Dead Combo em https://lookmag.pt/blog/conversa-com-dead-combo/ e https://lookmag.pt/blog/e-a-menina-dancou-na-aula-magna-ao-som-dos-dead-combo/.
Não foi a primeira vez que nos cruzámos com eles, a última delas aconteceu naquele mesmo palco na edição 2012 do festival (https://lookmag.pt/blog/super-bock-super-rock-ii-lana-no-melhor-beauty-queen-style/). A doce voz de Nanna Oland Fabricius, ou Oh Land, fez-se mais uma vez acompanhar dos sintetizadores cativando tanto o público que já lhe conhecia as melodias como angariando novos fãs que ao passarem acabaram por ficar mais um pouco rendidos à candura da dinamarquesa. «Wolf & I», «Speak Out Now» e «Cherry On Top» marcaram definitivamente a atuação dos Oh Land.
Foals > Kasabian
Foi a loucura! Acreditem que foi mesmo uma loucura o que se passou na Herdade do Cabeço da flauta durante o concerto dos Foals. Se na primeira vez que os vimos, achámos que o Coliseu da capital era pequeno para eles (https://lookmag.pt/blog/foals-coliseu-lisboa/), agora, naquela noite tão especial, percebemos que estavam no seu habitat certo, onde podiam dar vazão à sua música e o público podia efetivamente expandir o quanto gosta deles. Yannis Philippakis, vocalista e comandante da banda, deu à plateia aquilo que ela tanto queria: um concerto pleno de luz, alegria e euforia, a qual se sentiu de forma desenfreada em temas como «Balloons», «My Number» e «Hummer». Yannis desceu até bem perto dos fãs numa absoluta comunhão musical. De referir a beleza da interpretação de temas como «Spanish Sahara» e «Late Night».
“48:13”, o seu mais recente registo discográfico serviu de base ao concerto dos Kasabian que, oriundos de Leicester, regressaram a Portugal desta feita para fechar com chave de ouro a edição 2014 do Super Bock Super Rock. Deu para tudo: cantar, gritar, pular, enfim, terminámos todos cansados mas felizes. «Club Foot», «Shoot the runner», «Underdog» quase tirarm o folego ao muito público, que ra+idamente se recompoz para acompanhar a banda em «Praise You» de Fat Boy Slim, introdução a «L.S.F. (Lost Souls Forever)». Cada elemnto da banda estava imparável, apelando ao público e fazendo com que este ficasse contagiado pela sua energia. «Vlad the Empaler» e «Fire» a fechar.
Ambiente
Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro