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Salvador Martinha no “Centro das Atenções”

Noite fria de Dezembro com Lisboa inundada de espanhóis, o Parque Eduardo Sétimo a receber milhares que por ali passam em visita ao mercado de Natal, a Avenida da Liberdade inundada de luzes (e de carros) e o Coliseu de Lisboa com lotação esgotada.

Não é de todo raro que assim se apresente a casa de espectáculos alfacinha, mas menos habitual quando o “cabeça de cartaz” é um dos humoristas do momento, Salvador Martinha.

Quem, como nós, conhece bem a sala de espéctaculos, rapidamente se apercebeu ao entrar que esta ia ser uma noite diferente. Desde logo pela disposição da sala, cujo palco normal foi perfeitamente “esquecido” para ser substituido por outro colocado no centro da sala, um palco 360º. Em volta, onde muitos nos habituámos a ver concertos de pé, cadeiras que, colocadas em circulo, o abraçavam.

Alguns (largos) minutos passavam da hora marcada quando Salvador sobe a palco. Recebido por entre aquelas que seriam as primeiras palmas, já que seriam elas um elemento constante durante o resto da noite, Salvador explica que optou por colocar assim o palco para «estar mais de vocês», ou seja, nós, o público.

«As primeiras piadas vão ser dedicadas aos atrasados», avisa quando se apercebe que ainda havia pessoas para entrar na sala. Aliás, a interacção com a plateia foi uma constante, fosse no jogo aleatório de colocar um holofote em cima de um espectador, objecto das suas piadas, ou na conversa que por vezes se ia estabelecenco quando algum fã mais entusiasmado se fazia ouvir.


A noite, que foi, obviamente, pródiga em piadas, foi também palco de agradecimentos, como quando Salvador chamou ao palco os amigos de juventude com quem partilhou casa, ou quando pediu desculpa ao Pai, pessoa muito presente em todo o trabalho do humorista e pelo qual se percebe ter Salvador um grande carinho.

“Centro das Atenções” apresentou-se como um espéctaculo de despedida, «não sei o que vai acontecer daqui para a frente, mas sei que esta fase da minha vida acaba aqui», revela em resposta à questão colocada por um fã.

Seja o que for que o futuro traga, o título de um dos melhores humoristas nacionais já ninguém lhe tira, afirmação plasmada numa noite de verdadeira consagração.

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

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