Os Mazarin apresentam em Pendular o seu primeiro álbum formal, após estreia em 2018 com trabalho homónimo de existência exclusivamente digital e com uma formação diferente da actual. Com produção de Sickonce (com Diogo Lima e os próprios Mazarin), este é o primeiro trabalho de fôlego inteiramente realizado em estúdio que o agora quinteto assina.
Filiados numa “corrente” que tem vindo a ser designada como #jazznaojazzpt, os Mazarin – cujos membros têm diferentes percursos académicos que de facto se cruzam com o jazz – na verdade incorporam na sua música diferentes géneros, sempre com uma componente rítmica pronunciada e uma moderna atitude que os leva a cruzar fronteiras sem qualquer tipo de temor. Há ecos de diferentes tipologias electrónicas contemporâneas, do hip hop ao house, tangentes a cadências de tendência tropical e, sobretudo, uma sofisticação orquestral que tenta permanentemente traduzir o novo. Na verdade, aquilo que os Mazarin fazem – pode argumentar-se – ainda não tem nome.
Neste álbum, há, para lá dos contributos da banda, uma série de colaborações importantes: Gil Dionísio e SOLUNA cruzam-se em “Deuses e Tolos”, peça que parece carregar ecos de uma era em que toda a música que importava era de intervenção, Rodrigo Brandão assina uma sentida homenagem ªa malograda jamie branch em “R.B. – j.b.”, Sara Badalo – definitivamente um dos mais bem guardados segredos da cena nacional – surge em “Colours” e, finalmente, o inventivo acordeão de João Frade, um dos expoentes do instrumento no nosso país, faz-se ouvir em “Caçadores).