Maxime Hotel herança de outros tempos
Por alturas do final da Primeira Guerra Mundial, Lisboa, inspirada na Cidade das Luzes, Lisboa abre as portas aos primeiros cabarets, espaços de boémia pontuados pela transgressão e shows de variedades. Um deles tinha o nome de Maxime, ficava na Praça da Alegria e foi durante décadas ponto de passagem de uma Lisboa boémia e cosmopolita.
O dia 30 de Novembro de 1949 marcou a abertura do Maxime Dancing, o qual surgiu na senda de outros espaços semelhantes que ja existiam na cidade, como o vizinho Fontória, o Cisne Negro ou o Maxim’s. Aliás, foi neste último que o novo espaço do edifício projectado pelo arquitecto João Simões e propriedade de Carlos Cabeleira, se inspirou.
Depois de algumas confusões e vicissitudes, o Maxime fechou em 2011, renascendo agora como hotel. Mas não um hotel qualquer. Este é um hotel que presta homenagem a uma época dourada da vida da capital e aos seus protagonistas. Um hotel diferente e único que se apresenta como absolutamente diferenciador na oferta hoteleira do país. Este é o Maxime Hotel, onde o bem-estar dos hóspedes anda de mãos dadas com o glamour, a elegância e a alegria de viver.
Tal como o Maxime, que deixou marcas na vida da Lisboa dos anos 40 como o seu mais luxuoso cabaret, o Maxime Hotel tem a clara intenção de ser reconhecido como o boutique hotel da capital, aquele que se distingue não só pelo serviço, mas por um conjunto de outras valências, como a decoração e o design de interiores, a gastronomia e o bar e a oferta de lazer com a música ao vivo e um espectáculo de cabaret.
Mantendo a paixão pela cidade que o envolve, o Maxime Hotel abriu portas em Setembro. No interior das suas históricas paredes fomos descobrir um espaço vibrante e glamoroso que faz questão de brindar ao que a vida tem de melhor. E nós brindamos ao Maxime dando os parabéns a quem o concebeu.
No total são 75 os quartos Deluxe da unidade, repartidos por cinco pisos. Em cada um “vivem” personagens femininas, como Lady Maxime, Simone, Ruby, Las Carmencitas, Hanna e Mila, inspiradas na vida do Maxime de antigamente e que dão o mote aos cinco aposentos temáticos: Burlesque, Bondage, Dressing Room, Bar e Stage.
No interior os hóspedes vão encontrar elementos alusivos ao tema num conjunto decorativo muitíssimo bem conseguido da autoria da dupla de designers dos Hotéis Real, Vânia Gonçalves e Filipa Brás.
Comum a todos a máquina Nespresso, a coluna Marshall, Smart TV com tecnologia powered by Vodafone e Netflix streaming. Para receber os hóspedes, Lady Maxime deixa em cada aposento uma bebida Bacardi-Martini, fruto da parceria com a marca, convidando os visitantes a degustá-la no bar. Antes de fazê-lo não deixe de tirar uma foto com as personagens que povoam cada piso.
Ainda antes de se dirigir ao piso térreo, desça o elevador (os originais, mantidos e preservados na recuperação do edifício), pare no piso 01 e descubra o The Boudoir Garden Bar. Perfeito para as quentes noites de verão apresenta-se como um refúgio certo para instantes claros de paz e sossego.
É no piso térreo do hotel que vamos descobrir a outra metade do Maxime Hotel. De facto, era ali mesmo que se situava o mítico cabaret do qual foram mantidos o balcão, a grade dourada e um dos quatro nichos instalados nas paredes. Hoje, e numa clara homenagem ao espaço boémio, o Maxime Restaurante-bar vive em tons de vermelho e negro, por entre veludos e espelhos.
Ao centro o palco, embelezado pelo mural da autoria da artista Alexandra Prieto e elemento maior do cabaret de então que hoje se prepara para receber um espectáculo que vai, certamente, espantar e cativar os lisboetas.
Entre o negro e o branco das mesas do espaço de restauração, é a gastronomia que sobressai.
Da responsabilidade do chef Luca Bordino, o menu destaca-se pela conjugação certeira de sabores, texturas e aromas, o que não é de surpreender pois, apesar da sua juventude, conta já com uma vasta experiência e muitas aventuras pelo mundo da gastronomia tendo passado pela Quinta dos Frades com Igor Martinho, pela Cozinha Divina com Chakall, no Ritz Carlton Penha Longa Resort e à frente do BOCA, o primeiro restaurante português em Singapura. A ajudá-lo uma equipa dedicada composta pelo o Hugo, o Afonso, o Zé e o Tiago. Cada prato chega à mesa pelas mãos do chef que faz questão de nos relevar os segredos vibrantes que se escondem por detrás da confecção abrindo ainda mais o apetite e a curiosidade.
Apesar de viver ao ritmo do cabaret com base numa memória de tempos passados, o Maxime Hotel é um hotel do presente com olhos no futuro. Na realidade, é esta sabedoria em mostrar o novo sem esquecer o antigo que marca a diferença. Prometemos voltar. Para já no dia 09 quando o palco se abrir para acolher o Dinner-Show Madame Liz Bonne da responsabilidade de Roger Mor sobre o qual podem saber mais informações aqui.
Maxime is dead. Long live Maxime Hotel.
Maxime Hotel
Praça da Alegria nº 58
Lisboa
Tel. 218 760 000
Email: askme@maximehotellisbon.com
Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro