Massive Attack vieram ao Campo Pequeno celebrar e deixar um alerta
“Mezzanine”, a obra maior dos Massive Attack fez anos e a banda veio celebrar a data em Lisboa.
A história começou em Bristol, no Reino Unido, em 1988. Nesse ano os cantores Robert “3D” Del Naja e Grant “Daddy G” Marshall, juntamente com inúmeros músicos, onde se destacava Tricky, gravaram o álbum “Blue Lines”, que viria a ver a luz do dia três anos depois. Com eles surgia um novo género musical, o trip-hop. Retirado desse trabalho, “Unfinished Sympathy”, é ainda um marco dos anos 90, sendo que é por muitos considerada uma das melhores músicas lançadas daquela década.
Campo Pequeno cheio para receber a banda que trazia como principal motivo a celebração do clássico disco de 1998, “Mezzanine”. A emoção era bastante e a expectativa alta. Durante a cerca de hora e meia de concerto a setlist não só trouxe as dez músicas que integram o disco, como foi pontuada por alguns miminhos que deixaram a plateia visivelmente satisfeita, como as versão de “I Found a Reason”, dos Velvet Underground, que deu início ao concerto, “10:15 Saturday night”, dos The Cure, “Bela Lugosi’s Dead”, dos Bauhaus, claramente um dos pontos altos da noite, e “Rockwrok”, dos Ultravox, além de uma versão de “Levels” de Avicii.
Além de Robert “3D” Del Naja e Grant “Daddy G” Marshall, no palco esteve a escocesa Elizabeth Fraser (antiga vocalista dos Cocteau Twins) e o jamaicano Horace Andy, vozes marcantes em “Mezzanine”.
Por detrás dos músicos o cenário composto por ecrãs onde poderosas projecções iam acompanhando as músicas, tendo sido esta a única forma de comunicação pois nunca a banda se dirigiu ao público. Mensagens sociais e politicas acompanham as músicas e chamam a atenção do público para os problemas e injustiças que vão assolando o planeta.
Além da beleza das música dos Massive Attack, retivemos desta noite que o tempo passa, 20 anos não é coisa pouca, e que duas décadas depois é preciso parar e refletir, olhar e analisar, para perceber para onde estamos todos a caminhar. Que mundo é este e que mundo queremos que seja daqui a 20 anos.
Alinhamento
‘I Found a Reason’ (versão dos Velvet Underground)
‘Risingson’
’10:15 Saturday Night’ (versão dos The Cure)
‘Man Next Door’
‘Black Milk’
‘Mezzanine’
‘Bela Lugosi’s Dead’ (versão dos Bauhaus)
‘Exchange’
‘See a Man’s Face’ (versão de Horace Andy)
‘Dissolved Girl’
‘Where Have All the Flowers Gone?’ (versão de Pete Seeger)
‘Inertia Creeps’
‘Rockwrok’ (versão dos Ultravox)
‘Angel’
‘Teardrop’
‘Levels’ (versão de Avicii)
‘Group Four’