Brands That Matter: Heróis sem Capa, o projeto que dá vida aos heróis da vida real

Mafalda Mota lançou a Heróis sem Capa como uma terapia. Hoje, quatro anos depois, o projeto cresceu, mas mantém o sua missão, «restaurar alguma esperança e magia». Conversámos com a autora para descobrir mais.

Quando nasceu o projeto e o que levou à sua criação?
A Heróis sem Capa nasceu em 2018 do culminar de uma necessidade académica (precisava de terminar um Mestrado em Edição e Publicação, da Universidade Pompeu Fabra, Barcelona School of Management, e, como tal, de criar um projeto que se inserisse no mundo editorial) e de uma necessidade pessoal (precisava de um mecanismo que me ajudasse a lidar com emoções muito fortes – no meu caso, o luto).

O que a levou até Barcelona?
Entre muitas coisas, talvez as mais importantes tenham sido sentir uma necessidade grande de alargar horizontes, de me confrontar com novas perspetivas e de encontrar o meu lugar no mundo. Descobri mundo(s), mudei e cresci muito. Sobre onde pertenço, aprendi que se calhar não há um sítio ou um caminho específico para mim; que é o melhor ir caminhando e ramificando.

E qual a razão do nome Heróis sem Capa?
Queria algo que remetesse, quase diretamente, para a ideia de que o mais importante trabalho desenvolvido no projeto é a celebração de heróis da vida real, cujos poderes não são, nem é suposto serem, super.

Funciona então como uma espécie de terapia?
Mais no início do que agora, diria, ainda que o facto de falar tanto de heróis restaure alguma esperança e magia que, por norma, tenho tendência a rejeitar. Posso também dizer que ilustrar, sim, invariavelmente ajuda a carregar o peso da vida.

Mas a Mafalda já escrevia e desenhava antes?
Escrever, por opção, não. Foi um gosto adquirido! Desenhar, desenhei a vida toda e sempre gostei bastante. Tanto que trabalhei muito (e continuo a trabalhar, que a evolução é necessária) até chegar a um ponto em que sinto que o que me sai das mãos não é um desperdício de esforço ocular!

Precisou de coragem para agarrar na ilustração?
Todos os dias. É a parte do meu trabalho que mais está ligada à minha vulnerabilidade.

Mas sabemos que recebeu um prémio atribuído pela Entidade de Direitos de Autor de Espanha (CEDRO) e pela Universidade Pompeu Fabra, Barcelona School of Management. O que significou para si?
Uma vitória. Nada mais e nada menos do que isso. Foi o impulso que precisava para perceber que tinha criado algo pelo qual valia a pena lutar, principalmente porque admiro muito o júri que atribuiu o prémio.

Qual o objetivo principal do projeto?
Contar histórias que façam com que todas as crianças – e quero mesmo que sejam todas as crianças se sintam vistas e compreendidas, pelo menos uma vez. Que se revejam numa personagem que sabem que é inspirada em alguém que é tão real quanto elas.

Num mundo digital como aquele em que vivemos hoje é ainda mais necessário mostrar esses heróis aos mais pequenos?
Eu diria que sim, mas sou suspeita. Sou muito fã de ficção e de fantasia, a sério que sim, só que também sei que há um tipo de empoderamento que só se encontra em situações e pessoas da vida real. As histórias unem-nos, as reais mais do que as fictícias.

Os heróis de que fala são todos reais?
Todos, todinhos… (risos) Os protagonistas das histórias, os meus heróis do mês e ainda grande parte das personagens secundárias/de fundo também.

Quantos livros integra a coleção?
Até ao momento, três. Estou a trabalhar no quarto.

Qual o seu desejo relativamente à periodicidade dos lançamentos?
Neste momento, gosto que haja um lançamento por ano. Permite-me trabalhar a fundo cada um dos livros, dedicar-me a cada história e perceber bem o que preciso de melhorar para o próximo – porque há sempre coisas a apontar. No futuro, se pudesse fazer dois por ano, não me queixaria. Mas, para já, não está nos planos.

Que temáticas são abordadas?
Temos um bocadinho de tudo; mas, se tivesse de escolher um tema por livro, diria, por ordem de lançamento: autoconfiança, pedir ajuda e insegurança.

De que forma as seleciona?
Todas têm que ver com a vida real do herói que quero apresentar. Gosto de pegar no que cada herói me ensina (porque herói que é herói ensina-nos sempre alguma coisa) e transformá-lo numa mensagem direcionada para os mais pequenos.

Mas o projeto não se fica pelos livros, certo? Em que outras vertentes se desdobra o projeto Heróis sem Capa?
Desdobra-se entre desenvolver projetos em parceria com associações, dar apoio gráfico a movimentos solidários, organizar workshops criativos, fazer sessões de leitura (nomeadamente em escolas, bibliotecas e instituições), participar em eventos, manter uma loja online… As vertentes são cada vez mais!

Qual o maior desejo da Mafalda para o futuro do projeto?
Só desejo que a Heróis sem Capa se torne num nome de confiança e de referência na utilização da expressão artística para o reforço do melhor que a Humanidade tem a oferecer – nós mesmos. E que crie um palco onde todos tenham a possibilidade de brilhar.

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