Três linhas, um canto vezes quatro. E uma paisagem. é o título da mais recente exposição de Susanne S. D. Themlitz na Galeria Vera Cortês, em que é apresentado um conjunto de pinturas e esculturas que revelam composições, tão silenciosas quão misteriosas, de formas desconhecidas mas familiares.

Susanne S. D. Themlitz expõe na Galeria Vera Cortês

Três linhas, um canto vezes quatro. E uma paisagem. é o título da mais recente exposição de Susanne S. D. Themlitz na Galeria Vera Cortês, em que é apresentado um conjunto de pinturas e esculturas que revelam composições, tão silenciosas quão misteriosas, de formas desconhecidas mas familiares.

O título remete para o pensamento sempre visual da artista que mais uma vez constrói uma exposição-ambiente que convida o espectador a uma relação de proximidade com as obras. Em toda a exposição persiste, em omnipresença, a paisagem tal como sugerido pelo título. Aquilo que distingue a paisagem da natureza é a acção do olho humano que selecciona, (re)corta, representa ou (re) apresenta motivos da natureza humanizada.

Três linhas, um canto vezes quatro. E uma paisagem. é o título da mais recente exposição de Susanne S. D. Themlitz na Galeria Vera Cortês, em que é apresentado um conjunto de pinturas e esculturas que revelam composições, tão silenciosas quão misteriosas, de formas desconhecidas mas familiares.

A escolha cromática, tão própria do universo onírico de Themlitz, mostra essa invenção da paisagem que não sendo verosímil não deixa de ser real,
uma vez que as imagens são performativas e produzem realidade. As esculturas apresentadas – A mão passa pela aresta, a madeira com fenda, três
linhas e uma paisagem e Memória suspensa (Geografia deslocada) – trazem também para a exposição essa (con)figuração inventiva do natural. As formas que revelam não têm qualquer referente óbvio, mas fazem parte de um universo imagético que se reconhece e com o qual é possível estabelecer uma relação.

A dificuldade reside em reconhecer a origem dessa familiaridade visual e háptica, talvez porque esteja difusa em referências culturais e imagéticas, elas próprias metamórficas.

Três linhas, um canto vezes quatro. E uma paisagem. é também uma atmosfera, no sentido que lhe confere Zumthor, e para ela contribui a coreografia a que as obras convidam os espectadores. Seja pelo detalhe, dimensão, estranheza cromática ou desconfiança-curiosidade relativa à materialidade, ao espectador é exigida uma proximidade íntima e silenciosa, um olhar atento e privado, um estar com a obra, que dá continuidade ao trabalho de Themlitz: um trabalho que amplia, no olho do espectador, os afectos e a intimidade.
Ana Cristina Cachola

Três linhas, um canto vezes quatro. E uma paisagem.
Susanne S. D. Themlitz
Galeria Vera Cortês
De 23 de março a 05 de maio
Horário:
De terça a sexta-feira das 14h00 às 19h00
Sábado das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00

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