NOS Alive 2014 Dia III

E eis que chegamos ao terceiro e último dia do agora NOS Alive. Menos gente mas excelentes concertos que nos obrigaram a mexer e bem as pernas para não perdemos pitada. Ao fim destes três dias de festival a sensação com que ficamos é a de termos estado num momento único da vida do evento. Vivido em ambiente de festa, o NOS Alive 2014 vai certamente deixar saudades e gratas memórias em todos os que passaram pelo Passeio Marítimo de Algés.

Cass McCombs >The War On Drugs

Com sete álbuns editados ao longo de uma carreira de 10 anos, o norte-americano Cass McCombs trouxe ao festival as suas músicas de inspiração folk onde os blues marcam presença constante. Com uma plateia bem composta (certo que muitos procuravam a sombra fresca em hora de elevadas temperaturas), Cass, de óculos escuros, desfilou um alinhamento luxuoso dando-nos a certeza da sua imensa qualidade. Desde a aconchegante «Morning Star», passando pela «My Name Written In Water», a melancólica «County Line», até à algo áspera «Joe Murder», foi um concerto que soube a pouco.

O projecto de Adam Ganduciel, The War On Drugs, mereceu a primeira enchente do dia. Quando chegámos à tenda que alberga o palco Heineken eram já muitos os que por lá se juntavam com o objectivo de ouvir e ver atentamente os autores de “Lost in a Dream”, o mais recente registo discográfico da banda que tantos elogios tem obtido. Do alinhamento com que brindou os presentes destacamos «Red Eyes», «Burning» e claro «In Reverse». Claramente um dos melhores concertos do terceiro dia do festival.

Unknown Mortal Orchestra > Foster The People

São três e dão pelo nome de Unknown Mortal Orchestra. Ao palco Heineken trouxeram as suas composições qb de psicadélicas deixando deliciados os muitos que ali se concentravam para os ver. Percebendo desde cedo que tinham tudo para ganhar o público que ali tão predisposto estava para os receber, os norte-americanos assentram grande parte do alinhamento no último registo mas de forma inteligente não descuraram a introdução certeira de temas mais antigos, como «Funny Friends» e «So Good at Being in Trouble». Momentos de pura improvisação em «How Can You Love Me» e «Opposite of The Afternoon» fizeram o resto trazendo ao Palco Heineken um dos concertos mais interessantes do cartaz. Não falaram muito com o público, é verdade, mas nem precisaram. A comunicação foi perfeita, tal como já tinha acontecido no Vodafone Paredes de Coura, festival onde nos cruzámos com eles a primeira vez (https://lookmag.pt/blog/vodafone-paredes-de-coura-2013-dias-i-e-ii/).

O burburinho em volta dos Foster The People era grande. Destacados para o Palco NOS, a banda conseguiu juntar milhares de pessoas que “não pararam de abanar o esqueleto”, como ouvimos ao nosso lado alguém comentar. Praticantes assíduos e convictos de uma pop brilhante e cristalina, trouxeram nesta sua primeira visita a Portugal o registo discográfico «Supermodel» de onde o público reconheceu os temas «Coming Of Age» e «Best Friend». Mark Foster, o vocalista, surge simpático assumindo as rédeas de um concerto feliz. «Miss You» dá seguimento à festa, enquanto «Pumped Up Kicks» marca uma comunhão brutal da banda com o seu público. Para a reta final «Call It What You Want», e «Don’t Stop (Color On The Walls)». Estreia mais do que ganha.

PAUS

Grande concerto. Podiamos terminar já aqui o festival pois com a actuação dos portugueses PAUS estava ganha esta oitava edição. Dona de uma força imparável, a banda de Joaquim Albergaria e Hélio Morais foi capaz de deixar quem se encontrava na plateia de olhos esbugalhados e ouvidos bem abertos. Os PAUS têm a capacidade de nos fazer viajar até territórios para muitos pouco confortáveis onde o power da bateria é usado até à exaustão…e sabe tão bem. Lançaram recentemente “Clarão” que ali, em palco e ao vivo, adquire uma dimensão que muitos não lhe reconhecem em disco mas que está lá bem presente. «Deixa-me Ser», «Bandeira Branca» e «Pontimola» foram pontos altos de um concerto consistente e muito aguerrido, como os PAUS já nos habituaram.

The Libertines > Chet Faker

O ano de 2004 marcou o fim da banda de Carl Barât e Pete Doherty. A verdade é que, culpa ou não dos excessos deste último, The Libertines encerraram uma carreira cheia de êxitos, como bem se constatou neste seu celebrado regresso. Quem, tal profeta da desgraça, professava que Pete nem chegaria a subir ao Palco NOS bem pode ficar calado, engolindo tais afirmações, pois não só lá chegou como arrasou. A verdade é que este foi um grande concerto. A química que se sentiu entre a dupla Doherty/Bârat fez com que o público se entregasse a dançar e a cantar sentindo em pleno este regresso aos palcos. Houve quem tivesse que ser retirado em braços pelos seguranças da frente de palco tal a agitação que por lá se vivia! Nostalgia? Sim, porque não? Que tem esse sentimento de mal? Pela nossa parte absolutamente nada, pelo que também nós nos juntámos à festa com «Time For Heroes» e «What Became Of The Likely Lads?». «Can’t Stand Me Now», «What Katie Did» e «Boys In The Band» mostram uma banda de olhos no future sem esquecer a experiência do passado…sinal da passagem dos anos? Parece-nos bem que sim. Sim meus meninos, isto é rock!

Grande confusão para alcançar o Palco Heineken onde tínhamos como missão assistir ao concerto de Chet Faker. «Built On Glass» foi o seu primeiro registo discográfico, bem aceite, mas sem conseguir a proeza conseguida tempos depois pelo EP «Thinking In Textures» apresentado em 2013 no LUX, em Lisboa. «Talk Is Cheap», «Drop The Game», «1998» tiveram honras de abertura, sendo que «I’m Into You» e «Cigarretes and Chocolate» como que assinalaram o fim da primeira parte do concerto. Seguiu-se depois uma onda mais eletrónica com «Blush» e «Dead Body», do seu registo discográfico mais recente.

Conferência de imprensa > Ambiente

O ambiente esteve sempre em consonância com o facto de este ser um evento com um destaque internacional cada vez maior. Gente bonita e bem disposta que durante os três dias fez a festa e viveu intensamente o seu amor pela música. Na conferência de imprensa, Álvaro Covões da Everything is New, promotora do evento, informou que em 2015 a sexta edição do NOS Alive regressa ao Passeio Marítimo de Algés nos dias 9, 10 e 11 de julho.


A equipa Look Mag ficou alojada no íbis Alfragide. Localizada a poucos quilómetros do recinto do festival, a unidade hoteleira recebeu os festivaleiros com toda a comodidade. Pequeno-almoço até ao meio dia e wi fi grátis em todos os espaços da unidade fizeram a diferença. Equipado com estacionamento privado destinado aos hóspdes, o ibis Alfragide surge como a escolha certa para quem quer aproveitar ao máximo os dias de música e animação do festival que a partir de agora dá pelo nome de NOS Alive. Mais sobre as condições da ibis para os festivais de verão em https://lookmag.pt/blog/ibis-e-os-festivais-de-verao/. Para reservas: http://www.accorhotels.com/pt/hotel-5270-ibis-lisboa-alfragide/index.shtml

Texto: Sandra Pinto
Fotos: Luís Pissarro

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