Os quatro membros do grupo, David Stackenäs, Kim Myhr, Joe Williamson e Tony Buck, têm atividade no jazz e na música improvisada, mas o que fazem em conjunto não se assemelha com nada que possamos encontrar nessas áreas. Nem em quaisquer outras, de resto…

«Conseguem imaginar os sons de uma colmeia construída pelas abelhas dentro de um recipiente de lata? Pois é um pouco isso que parece a música do quarteto Circadia. O grupo parte de uma formação acústica relativamente convencional – duas guitarras de caixa, contrabaixo e bateria – para chegar a vários domínios distintos da música experimental. Apesar dos quatro membros do grupo serem mais conhecidos pelas suas incursões no jazz mais criativo e improvisado, o som de Circadia não se assemelha a nenhum dos outros projetos que mantêm. As influências aqui são diversas, desde a chamada drone music, tanto a atual (trabalhada e gerada maioritariamente a partir de computadores) como a do passado (o minimalismo e a repetição da cena experimental norte-americano dos anos 60, como ouvimos em La Monte Young e no seu Theatre of Eternal Music), ao folk & blues, especialmente da vertente norte-americana, influências assumidas das guitarras de Stackenäs e Myhr. Na música do quarteto é possível ouvir ainda ecos da escrita erudita contemporânea : Feldman, Ligeti e até algum Scelsi. Mesmo com uma formação acústica e com o mais popular dos instrumentos- a guitarra- há mais caminhos a desbravar e os Circadia estão a fazê-lo com uma criatividade que já não acreditávamos ser possível. Logo numa altura em que achávamos que nada de novo se podia fazer, Rui Eduardo Paes

Circadia
Ciclo ‘Isto é Jazz?’
06 de maio
Horas: 21h30
Pequeno Auditório
Culturgest
Preço: 5 euros